Já todos/as nós ouvimos falar em empoderamento feminino, certo? Mas será que sabemos o que isto realmente significa e representa?
No mês de novembro e dezembro assinala-se a Campanha dos 16 Dias para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, e, infelizmente, ainda existem muitas formas de violência contra as mulheres. Como tal, o empoderamento feminino representa uma ferramenta de extrema importância nesta luta.
O empoderamento feminino refere-se então à conscientização das mulheres de reivindicarem os seus direitos, garantindo que possam estar cientes da luta pela total igualdade entre os géneros em diversos cenários, seja no mercado de trabalho, na comunidade, em espaços de debate ou mesmo em casa. Este é derivado do termo inglês “empowerment”, que diz respeito à capacidade do indivíduo – neste caso, a mulher – de realizar, por conta própria, as mudanças necessárias para que possa evoluir e desenvolver-se.
Uma mulher empoderada é capaz de transformar a realidade. Afinal, ela não acredita em todos/as aqueles/as que insistem em limitar as suas capacidades e mesmo definir o seu lugar no mundo. No entanto, e infelizmente, essa nem sempre é a realidade de todas, e muitas ainda encontram dificuldades, das mais diversas, para ocupar espaços e desenvolver o seu próprio potencial. E portanto, pergunto-vos: mas então só as mulheres podem lutar pelo empoderamento feminino? Claro que não! Os homens também precisam de colaborar para construir a igualdade de participação de ambos os géneros, apoiando as decisões das mulheres e acompanhando-as como parceiras, tanto no ambiente profissional, como no pessoal. Pensando nisso, a Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) e o Pacto Global das Nações Unidas desenvolveram sete princípios, acessível a todos/as na Internet, de modo a garantir que o empoderamento feminino seja uma prática recorrente em toda a sociedade!
O empoderamento feminino é crucial, pois é uma forma de promover a igualdade de género e evitar que as futuras gerações ainda vivam num mundo de disparidades, como o que ainda vivemos atualmente! Como tal, é importante encorajar as mulheres a serem quem quiserem desde crianças, não se restringindo ao papel que a sociedade construiu em relação à mulher, assim como devem ser incentivadas a sentirem confiança nas suas capacidades físicas e psicológicas, sem acreditarem que a sua aparência é a única caraterística que realmente importa. Para além disso, qualquer tipo de violência para com as mulheres deve ser combatida, assim como a educação e a formação deve ser um direito de todos/as, em todo o mundo!
Em jeito de conclusão, saliento ainda que se deve sempre apostar na Educação Afetivo-Sexual, de modo a prevenir qualquer comportamento discriminatório, assim como promover a igualdade de direitos e oportunidades entre todos/as, sem discriminação, e ajudar as pessoas a fazerem escolhas livres e conscientes a nível da sua vida sexual e reprodutiva!
Sara Valério *
* Psicóloga Clínica da APF-Açores
Campanha 16 Dias pelo Fim da Violência contra as Mulheres 2022