Fechas os olhos.
Os gritos já não se ouvem. São ecos da tua voz…
A dor já se entranhou, na escuridão, que se faz leito…
Nela te deitas, imóvel, encolhida, sombra de ti…
Seguras a alma, quer saltar-te do corpo! Desejo atroz!
Cheiras o desalento, falta-te o ar, espreme-te o peito…
És vazio e desespero… réu a ser julgado, sem álibi…
Fechas os olhos.
E à tua frente, despenham-se momentos, em segundos…
Eo teu corpo fraco, hesitante… balanceia entre pontes,
Deseja ir-se embora, sentir paz, aconchego… quer descansar!
Hesita entre histórias, emoções…abraça restos de mundos…
Mas uma e outra vez chega o monstro, brutamontes…
E as mãos que te toldam, chegam prontas, a despedaçar!
Inspiras. Devagar, sentes o frio a tomar conta de ti.
A escuridão, a abraçar-te, a puxar-te, para um buraco sem fim…
Até que…
Abres os olhos! E como um soluço, és pulsação, és respirar!
Ergues o peito, armas o corpo, fazes-te força, alma a lutar!
Abres os olhos! Esta é a batalha que vais travar e tens de vencer!
Ergues as mãos, fazes-te garra, és a opção, a estremecer!
Abres os olhos! E és tsunami, mulher, poder, raio, caminho, trovão!
Ergues a vida, e és amor, frágil e forte, calma e loucura, és coração!
Abres os olhos, caminhas e vences, fazes e triunfas, tu és capaz!
Ergues a vontade… ages, conquistas, és mais e mais!
Abres os olhos??!