Há muitos anos que as figuras moldadas em barro compõem os presépios das famílias açorianas e agora é possível ver essa arte em grande dimensão no Parque Atlântico. Até 9 de Janeiro, o centro comercial recebe a mostra do presépio tradicional da Lagoa do artesão bonecreiro João Arruda, que reúne cerca de 300 figuras de barro concebidas e moldadas à mão por alguns bonecreiros lagoenses.
É no Piso 0 que os visitantes podem apreciar este presépio que é o reflexo de uma arte que ainda hoje persiste no concelho de Lagoa, assumindo-se, assim, como um grandioso património da identidade lagoense, mantendo-se viva graças aos artesãos locais.
Neste presépio, além do tema do Natal, destacam-se as actividades rurais e tradições açorianas, com a folia do Espírito Santo, as estufas, as serragens, entre outras representações. Uma particularidade deste presépio é também a inclusão de duas figuras caricatas, denominadas de “cagões” — este é um dos bonecos mais procurados no presépio tradicional da Lagoa, conferindo-lhe um toque mundano.
Entre as figuras disponíveis nesta mostra patente no Parque Atlântico, destacam-se peças moldadas à mão por bonecreiros como o próprio João Arruda (1967), António Branquinho (1916-1992), Fátima Varão (1949), José Morais (1954) e António Amaral (1973).