Bem-vindo D. Armando!
Diário dos Açores

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D. Armando Esteves Domingues toma hoje posse como Bispo da Diocese de Angra e tem à sua frente uma carga de trabalhos para renovar a Igreja açoriana e voltar a colocá-la mais próxima dos fiéis.
O novo bispo vai enfrentar uma comunidade católica desmotivada, envelhecida e recheada de problemas sociais e económicos.
Vai ter muito trabalho pela frente, nomeadamente reorganizar internamente uma Diocese também com um clero desmotivado e inexplicavelmente com tanto tempo em sede vacante. Espera-se que intervenha junto da comunidade açoriana com mais proximidade, especialmente na área da política social.
A Igreja açoriana sempre teve um papel preponderante e histórico no apoio às famílias mais pobres e injustiçadas.
A Igreja afastou-se, nos últimos tempos, dos açorianos e adoptou um discurso redondo, bafiento e sem mensagem motivadora, sobretudo junto das famílias mais frágeis.
Tem que intervir mais e tem, agora, esta oportunidade de se renovar, de intervir, de dar uma palavra de esperança às famílias açorianas que vivem em grandes dificuldades.
A Igreja dos Açores tem o diagnóstico todo feito.
Ninguém conhece melhor a situação das famílias açorianas do que a Diocese e toda a sua rede pastoral.
O Serviço Diocesano da Pastoral Social elaborou, em 2016, um inquérito às paróquias sobre a realidade social de cada comunidade, integrado num encontro a que deu o nome de “Os pobres não podem esperar”.
Das 165 paróquias da Diocese apenas 71 responderam, o que já diz tudo da desmotivação e alguma desorganização que reina na Igreja açoriana.
De qualquer modo, o que interessa são as conclusões e elas são claras: todas as paróquias queixam-se de problemas sociais graves, como a pobreza, a toxicodependência, os baixos rendimentos e a demência.
Se isto era assim há meia dúzia de anos, imagine-se agora com a situação ainda mais grave que estamos todos a viver.
Não faltam dramas sociais por estas ilhas fora e a Igreja tem um papel importante para intervir e influenciar os poderes e as instituições, com vista a um trabalho social mais profundo.
D. Armando bem pode retomar aquele slogan “Os pobres não podem esperar” e meter mãos à obra.
É uma tarefa dura e exigente, mas também urgente e emergente a que espera a Igreja nos Açores e o seu novo Bispo.
Bem-vindo D. Armando e bom trabalho!

Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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