O Chega anunciou em comunicado que “são várias as notícias que dão conta de nomeações de familiares na Secretaria Regional da Agricultura, tutelada por António Ventura, durante o actual mandato. Primeiro foi a nomeação após concurso público da esposa, Fernanda Ventura, para exercer o cargo de Directora de Serviços de Apoio ao Investimento e à Competitividade da Direcção Regional do Desenvolvimento Rural na Secretaria tutelada pelo marido. Fernanda Ventura abdicou do cargo, mesmo antes de tomar posse, mas uma reportagem televisiva intitulada “Family Gate”, exibida na TVI, dá conta que o actual Secretário Regional da Agricultura tem familiares nos serviços da Secretaria que tutela e que foram nomeados neste mandato”.
Neste sentido, o Chega entregou na Assembleia Legislativa Regional um requerimento pedindo explicações sobre as várias nomeações de familiares de governantes para os serviços da Administração Pública Regional, depois de já ter questionado o Governo sobre a nomeação de Fernanda Ventura.
No documento agora enviado, o deputado José Pacheco questiona sobre as nomeações do irmão do Secretário Regional da Agricultura para o cargo Director dos Serviços de Veterinária da Direcção Regional da Agricultura - desde Setembro de 2022 - e da cunhada - contratada em Março de 2022 como Técnica Superior na Direcção Regional do Desenvolvimento Regional.
O requerimento questiona ainda o Governo acerca da nomeação do marido da Directora Regional do Desenvolvimento Rural, tutelada pela Secretaria Regional da Agricultura, como técnico superior especialista no gabinete do Secretário Regional da Agricultura.
O deputado José Pacheco questiona a posição do Governo Regional perante estas nomeações com ligações familiares, reforçando que apesar de estarem dentro da lei, “são moralmente condenáveis, tóxicas para a saúde da democracia e com pouco ou nenhum sentido ético”. No fundo o CHEGA questiona se “o actual Secretário Regional da Agricultura continua a merecer a confiança deste Executivo e tem condições para se manter no cargo que ocupa”.
Mas o requerimento do Chega sobre as nomeações de familiares de governantes não se cinge à Secretaria Regional da Agricultura e quer saber mais pormenores sobre a nomeação de um sobrinho do Presidente do Governo Regional, que já ocupou dois cargos no actual Governo e foi nomeado em Setembro de 2022 para um cargo de chefia na Divisão da Formação Profissional e Certificação da Direcção Regional da Qualificação Profissional e Emprego.
“O Chega sempre condenou e denunciou o nepotismo, exigindo mais rigor e independência nas nomeações para a Administração Pública Regional, a bem da transparência que se exige de um Governo Regional”, afrima José Pacheco.
“Um executivo que, no passado, criticava nomeações de familiares no anterior governo socialista”, refere o deputado José Pacheco que reafirma que “nos Açores mudaram as cores políticas, mas as práticas continuam as mesmas. É preciso uma rápida mudança de atitude. O CHEGA vai continuar sempre a denunciar situações que sejam condenáveis ética e moralmente, apesar de serem legítimas legalmente. “À mulher de César não basta ser séria, também tem de parecer”, já diz o nosso bom povo”, concluiu.