O Bloco de Esquerda apresentou ontem uma proposta para alterar profundamente a política de transportes colectivos nos Açores, que passa pela criação de um passe mensal válido para uma determinada zona – em vez de apenas um percurso – e cujo valor máximo será de 9 euros. O passe inclui viagens de autocarro e ligações marítimas.
António Lima, deputado do Bloco de Esquerda esteve na Praça Velha, em Angra do Heroísmo a dar a conhecer esta proposta do Bloco a quem esperava pelo autocarro.
Em declarações à comunicação social, o deputado salientou que os actuais preços dos passes são muito elevados e deu exemplos: entre Angra do Heroísmo e a Praia da Vitória as pessoas pagam 53 euros por mês e entre os Biscoitos e Angra, por exemplo, o custo é de 60 euros por mês.
O objectivo da proposta é criar um passe que seja mais barato e mais abrangente. Para isso, o Bloco propõe a redução significativa do preço e a definição de uma zona em que cada passe pode ser utilizado, em vez de apenas um percurso.
O Bloco propõe que o acesso aos transportes públicos colectivos terrestres e marítimos passe a ser gratuito para crianças, jovens estudantes, pessoas com mais de 65 anos, reformados e pessoas em situação de carência económica.
Esta proposta contribui para a redução de custos das famílias – que é particularmente importante no contexto actual, em que o risco de pobreza aumentou nos Açores e as famílias enfrentam grandes dificuldades – mas também terá impactos ambientais positivos, porque promove a utilização de transportes públicos colectivos, levando à redução da circulação de carros, sublinha o BE. Além disso, quanto mais pessoas utilizarem os transportes públicos colectivos, maior será a oferta de percursos e horários.
Nas ilhas que têm ligações marítimas, o Bloco propõe uma verdadeira articulação entre o Governo, os municípios e a Atlânticoline, para que o mesmo bilhete possa ser utilizado nos transportes urbanos, interurbanos e marítimos. António Lima lembra que o transporte colectivo de passageiros está concessionado a empresas privadas e é ao governo regional que cabe definir preços, carreiras e zonas de actuação, e considera que “está mais do que na hora de fazer este debate”.