Região ultrapassa os 100 milhões de euros na compra e comparticipação de medicamentos
Diário dos Açores

Região ultrapassa os 100 milhões de euros na compra e comparticipação de medicamentos

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Os Açores ultrapassaram, pela primeira vez, a barreira dos 100 milhões de euros na compra e comparticipação de medicamentos.
Segundo revelou ao nosso jornal fonte oficial, no ano passado a Região pagou 108.143.439,34 euros, o maior volume de pagamento na compra e comparticipação de medicamentos de que há memória no Serviço Regional de Saúde.
Segundo a nossa fonte, em 2019, antes da pandemia, o custo atingiu os 71.885.775,21 euros, em 2020 passou para 82.993.071,57 euros e em 2021 disparou para 85. 385,359,05 euros.
Os custos do Serviço regional de Saúde estão a preocupar as autoridades regionais e o Secretário Regional da Saúde, ainda anteontem, disse que o Governo da República não se pode “desresponsabilizar” da prestação de cuidados na Região, alegando que o Serviço Nacional de Saúde não é apenas do continente.
“O Serviço Nacional de Saúde não é um serviço continental de saúde. Há um Serviço Nacional de Saúde e, dentro do Serviço Nacional de Saúde, há um Serviço Regional de Saúde, por isso, o Estado não se pode desresponsabilizar na sua relação com a Região, nomeadamente em termos financeiros e em termos dos próprios cuidados assistenciais”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses.
Segundo Clélio Meneses, o subfinanciamento é um dos problemas estruturais do Serviço Regional de Saúde, mas não é exclusivo dos Açores.
“Não sei até que ponto – estou só a lançar a dúvida para reflexão – este sistema de saúde, da forma como está, supostamente gratuito e universal, é sustentável financeiramente para o Estado. É uma reflexão que se deixa e é um assunto quase tabu, porque raramente alguém assume falar sobre isso”, apontou.
O problema, salientou o Secretário Regional, é “mais acentuado” no arquipélago, onde os custos com o sistema de saúde são “superiores”, devido à dispersão geográfica.
“Por isso, o Governo Regional está a promover um estudo para avaliar os sobrecustos da Saúde na Região, relativamente àquilo que acontece a nível nacional para, no âmbito da Lei de Finanças Regionais, haver essa repercussão financeira”, referiu, recordando uma medida anunciada pelo Presidente do Executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, no encerramento da discussão do Plano e Orçamento da Região para 2023.
Além do subfinanciamento, Clélio Meneses elencou outros problemas estruturais do Serviço Regional de Saúde, como a falta de recursos humanos, a degradação de infraestruturas e equipamentos, o envelhecimento da população e a dificuldade de acesso aos cuidados de saúde primários, que leva a uma maior procura pelas urgências.
O titular da pasta da Saúde defendeu, por isso, que é necessário uma “reforma de fundo” no sector e um “pacto de regime”.
“Em Saúde não pode haver barricadas político-partidárias ou ideológicas. Tem de ver haver pactos de regime. Tem de haver um consenso o mais alargado possível. O Serviço Regional de Saúde, uma das maiores, senão mesmo a maior conquista da autonomia, não pode ficar condicionado por questões político-partidárias ideológicas de sector”, vincou o governante açoriano.

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