PS e PSD acusam-se mutuamente pela crise no ensino profissional
Diário dos Açores

PS e PSD acusam-se mutuamente pela crise no ensino profissional

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O Partido Socialista dos Açores manifestou, ontem, a sua preocupação face à postura adotada pelo Governo do PSD-CDS-PPM, com o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal, em relação às escolas Profissionais da Região, que, perante “problemas complexos”, as deixou “nitidamente abandonadas à sua sorte”.
Salientando que a formação inicial dos jovens, quer optem pelo ensino regular ou pelas escolas profissionais privadas, sempre foi uma aposta dos governos da responsabilidade do Partido Socialista, Sandra Dias Faria lamenta “a falta de coragem e de sabedoria demonstrada por este Executivo” em agir correcta e atempadamente na resolução de um problema que coloca, agora, em estado de alerta, pais, formadores e pessoal não docente.
Sandra Dias Faria, que defende a necessidade de a formação profissional abranger, também, novas profissões, “sob pena de não haver mão-de-obra qualificada para os novos desafios do mercado de trabalho”, lamenta, no entanto, que a única medida tomada pelo actual Governo, até ao momento, tenha sido a de tornar a Escola Profissional das Capelas num Instituto, “não se percebendo as vantagens desta alteração”.
“É verdadeiramente lamentável que este Governo se refugie nas regras de financiamento comunitário actuais e, ao mesmo tempo, não divulgue que regras negociou com a União Europeia e que serão utilizadas no próximo Quadro Comunitário de Apoio”, acrescentou.
Salientando que durante os mandatos do PS também se registaram dificuldades financeiras na transição entre Quadros Comunitários de Apoio, mas que nenhuma levou ao fecho de estabelecimentos de ensino, Sandra Dias Faria questiona quanto ao futuro das escolas profissionais na Região.
“No caso de a Escola Profissional do Pico fechar, será que vão colocar os formandos no Faial? Ou vão destruir-lhe parte do seu percurso formativo e integrá-los nas escolas do ensino regular do Pico?”, questionou a dirigente socialista, para lamentar que em dois anos deste Governo “o encaminhamento dos alunos do ensino básico para o ensino profissional tenha piorado consideravelmente”.

PSD diz que o culpado é o PS

A deputada do PSD/Açores Guilhermina Silva considerou ontem que “os atuais problemas que afectam o Ensino Profissional na Região foram causados pelos sucessivos governos do Partido Socialista, que se demitiram de apostar naquele nível de ensino”.
 “Por um lado, os governos do PS prometiam mundos e fundos para o Ensino Profissional. Por outro, cortavam o financiamento das escolas, provocando uma lamentável redução do número de cursos”, recorda a social-democrata.
 “Foi com os governos socialistas que se criaram escolas sobredimensionadas, e foram os mesmos governos socialistas que retiraram recursos a essas mesmas escolas. De 2012 até 2020, perderam-se mais de 30 cursos profissionais nos Açores”, lembra.
 “Os dados não mentem: na última década e meia, assistiu-se a uma redução de quase 30% no número de cursos profissionais na nossa Região. Enquanto elogiavam o Ensino Profissional, os governos regionais do PS recusaram fazer os diagnósticos necessários sobre as áreas em que se devia apostar”, diz a deputada do PSD/Açores.
 “A situação em que algumas Escolas Profissionais se encontram não é de agora. Trata-se de uma realidade que se arrastou durante anos, sem que o PS tivesse feito nada para a alterar”, afirma Guilhermina Silva, sublinhando que é o actual Governo da coligação “que está a relançar o Ensino Profissional no arquipélago, para inverter o processo de declínio para que o mesmo foi atirado pelos anteriores executivos”.
 “Os executivos do PS anunciaram sucessivos reforços da oferta formativa nas escolas profissionais, sem nunca os levar a cabo. Este Governo tem a plena consciência do que há para fazer e que estratégia seguir”, garante a parlamentar.
 “Já estamos a proceder à elevação do nível de formação e qualificação, que visa as novas gerações de açorianos. E isso está a ser feito por este Governo”, avança, atalhando que “foram os governos do PS que impuseram fortes limitações ao financiamento do Ensino Profissional, não permitindo a abertura de mais cursos”.
 “Isso fez com que muitas escolas profissionais ficassem a trabalhar a menos de 50% da sua capacidade, mesmo se havia procura para os cursos”, diz também Guilhermina Silva, ciente de que, com a actual tutela, “há uma garantia de que não foi em vão o contributo que as escolas já deram no passado”.

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