O Banco Central Europeu anunciou ontem uma subida das suas taxas de juro em 50 pontos base, o quinto aumento consecutivo.
“O Conselho do BCE prosseguirá a trajetória de subida significativa das taxas de juro a um ritmo constante e mantê‑las‑á em níveis suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao seu objectivo de 2% a médio prazo. Nessa conformidade, o Conselho do BCE decidiu hoje ontem proceder a um aumento de 50 pontos base das três taxas de juro directoras do BCE, as quais espera continuar a aumentar”, refere o BCE, em comunicado. O BCE considera que “manter as taxas de juro em níveis restritivos reduzirá, com o tempo, a inflação, ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação”.
Prestação da casa vai galopar este mês
Com este novo aumento, a prestação da casa aos bancos vai voltar a disparar este mês e mais de 70% são juros.
Os encargos de um crédito de 150 mil euros, a 30 anos, com um spread de 1% e a Euribor a 12 meses, sobem 295 euros, para 745,30 euros.
Mais famílias poderão precisar de renegociar créditos.
As taxas Euribor, a que estão associados cerca de 90% dos empréstimos em Portugal, não param de subir e as médias fixadas em Janeiro, que servirão de referência às revisões e às novas operações a ocorrer em Fevereiro, subiram de forma expressiva, agravando o valor das prestações e desequilibrando o valor pago em juros e em amortização de capital.
Renegociar o crédito com os bancos sem penalizações
De acordo com a DECO Proteste, os “bancos devem apresentar uma proposta de redução da prestação sempre que ocorra um agravamento significativo da taxa de esforço e esta atinja 36%, devido às variações do indexante de referência (Euribor a 3, 6 ou 12 meses)”. Porém, nem todos os contratos de crédito com taxa de esforço igual ou superior a 36% devem ser chamados para renegociação.
Podem renegociar o crédito à habitação ao abrigo da nova medida excecional os titulares de crédito nas seguintes condições:
- Taxa de esforço igual ou superior a 36% em consequência de um aumento de 5% na taxa de esforço no último ano;
- Taxa de esforço igual ou superior a 36% em consequência de um aumento superior a 3% no taxa de juro associada ao contrato;
- Taxa de esforço que já era igual ou superior a 36% na última atualização da prestação; Todos os casos com taxa de esforço igual ou superior a 50%.