Diário dos Açores

No aniversário do Diário dos Açores, 5 de Fevereiro de 2023

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O aniversário de um jornal é sempre um evento especial, com reflexo sobre toda a comunidade, que nele é retratada e com ele convive. Mais ainda quando se trata de um jornal diário, no caso concreto do mais antigo jornal diário da nossa cidade de Ponta Delgada e portanto um dos mais antigos do nosso País. Dentro da nossa Região Autónoma dos Açores, o Diário destaca também por essa sua antiguidade.
Sou, como já tenho podido assinalar em diversas circunstâncias, leitor do Diário há muitas dezenas de anos, o que significa que já me passaram pelas mãos milhares de edições, lidas sempre com atenção e até, em alguns casos, sofregamente. É que o Diário se revela novo todos os dias, nas notícias e nos comentários que nas suas colunas se publicam.
Conheci várias fases na história do jornal, marcada pelos seus sucessivos Directores. Daí que o Diário também se vá renovando nos temas que preferencialmente aborda e no modo como trata cada um deles.
Evoco agora os tempos em que a Direcção do jornal esteve confiada a J. Silva Júnior. Se bem me lembro o seu mandato não foi muito longo, mas recordo com saudade o modo entusiástico e afectuoso como noticiava o aparecimento de certas flores no cenário citadino, certamente aquelas que gozavam da sua particular preferência.
De entre todas destacava a floração dos tulipeiros, um deles situado no Parque de Estacionamento de São Francisco Xavier, num plano mais alto -  sobrevivente, julgo eu, da aquisição pela Câmara Municipal da presidência do Dr. Manuel Carreiro, por sinal ele também durante muitos anos Director do Diário, conjuntamente com o seu Irmão, Dr. Carlos Carreiro, para ser Parque da Cidade, do jardim outrora plantado por António Borges - o outro no Jardim do Colégio, com o nome de Jardim Antero de Quental, que a ele preside no monumento mandado construir pelo nosso Município e concluído já no tempo do Governo Regional.
Os tulipeiros são árvores exóticas, trazidas, segundo julgo saber, do Brasil e com a floração ainda acertada pelos tempos do Hemisfério Sul. Ou seja, quando aqui começa a fazer frio, por altura dos Santos, é a altura em que tais árvores se cobrem de flores cor de rosa, que alegram os nosso olhos precisamente quando já reina o Outono e nos estamos preparando para o Inverno. Quando as flores caiem, pintando o chão de colorido vivaz, então as árvores em questão ficam cheias de folhas, contrastando com as outras de folha caduca, já em boa parte despidas pelo vento.
Nos tempos mais recentes tenho-me sentido na obrigação de destacar o belo trabalho levado a efeito nos jardins da nossa cidade pelos encarregados de tal tarefa pela Câmara Municipal. Depois das manhãs de Páscoa, de recorte natalício, talvez por causa dos tons de vermelho, agra surgem nos canteiros espalhados por Ponta Delgada centenas ou mesmo milhares de amores-perfeitos de várias cores, num prenúncio, um pouco antes do tempo, valha a verdade, da Primavera e da Páscoa que aí vêm. Mas que a cidade fica bonita com tantas flores, lá isso fica!
Faço essa nota lembrando o antigo Director do Diário e o seu apreço pelas flores, que tanta beleza dão aos nosso jardins e à nossa cidade. Que seja também a minha homenagem ao jornal, no seu aniversário deste ano da graça de 2023.  

João Bosco Mota Amaral *
* (Por convicção pessoal, o Autor não respeita o assim chamado Acordo Ortográfico.)

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