O Secretário Regional das Pescas, Manuel S. João, vai demitir a actual administração da Lotaçor, presidida por Catarina de Lacerda Martins, tendo já convidado outras pessoas para aquela empresa pública, revelou ao nosso jornal fonte próxima daquela empresa.
Os actuais administradores já foram informados da decisão, desconhecendo-se as razões, sabendo-se apenas que as relações entre administração e secretário não eram as melhores.
A mesma fonte disse ao nosso jornal que esta situação, já conhecida dos dirigentes do PSD, causou “mal-estar interno, sobretudo nas hostes de S. Miguel, que têm uma má impressão do trabalho que tem sido efectuado por Manuel S. João”, um secretário apontado por Paulo Estêvão, do PPM, no âmbito do acordo da coligação, que alguns apontavam como remodelável quando José Manuel Bolieiro procedeu à remodelação do governo, ~”mas manteve-se por pressão do acordo de coligação”.
De acordo com as nossas fontes, Manuel S. João vai nomear como Presidente da Lotaçor, Sofia Inácio, actual vogal do IROA, e Paulo Medeiros, um apoiante de Manuel S. João, que já tinha sido afastado de funções por outros secretários regionais, que também está a causar mal-estar na Lotaçor e nos meios da coligação.
Catarina Martins, Presidente do Conselho de Administração da Lotaçor tinha sido nomeada em Fevereiro de 2021 e estava a desenvolver uma estratégia para um futuro mais moderno na rede de lotas.
A própria tomou como princípio o “histórico muito profundo” que a Lotaçor possui em toda a fileira do pescado, sendo constituída por cerca de 200 trabalhadores e estando representada em todas as ilhas com infraestruturas e equipamentos.
De acordo com Catarina Martins, quando foi nomeada, “o maior activo que a empresa tem é imaterial, é a experiência, o conhecimento profundo dos hábitos, cultura e necessidades não só da classe piscatória, como da comercialização e da transformação, porque temos um contacto diário com todos os parceiros da fileira. A Lotaçor tem um papel central, transversal a toda a fileira, porque é nas lotas que todos se encontram diariamente. Queremos incrementar ainda mais este papel de sermos o pólo de ligação entre todos os intervenientes de toda a fileira do pescado. Queremos obviamente defender o rendimento do pescador e só é possível se for uma defesa de toda a fileira do pescado”, afirmou.