Diário dos Açores

A maternidade por um fio: o da união verdadeira!

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“O que eu não vejo nos meus sonhos, porque nunca vai acontecer,
por muitos anos que passem, sou eu abrir as mãos e largar os fios –
porque aprendi com as minhas filhas que ser mãe é para sempre.”

Hoje, pela primeira vez, a minha filha pediu-me para lhe ensinar a escrever a palavra Mãe. Se isso já me emocionou, mais ainda senti o facto de ela escrever a palavra sem qualquer receio. Uma palavra com três letras que tanto contém. E nós, mães, nada somos sem os nossos filhos, são eles que nos fazem mães ou pais, são eles que nos convertem em seres melhores. E com eles aprendemos todos os dias. Sem exceção!
O que mais vemos nascer atualmente são livros sobre maternidade, sobre dificuldades de aprendizagem por parte das crianças ou na criação das crianças de hoje em dia, hiperatividade, entre tantos outros problemas de saúde física, psicológica e mental.
Já li muitos, e recomendo, mas outros não são mais do que repetições do que já vimos noutras publicações ou do que já vivemos diariamente.
No entanto, há mães que, do alto dos seus tamancos, escrevem com tamanha sabedoria e simplicidade que é impossível não rirmos, chorarmos e revivermos a infância, a nossa e a deles, ao longo daquelas páginas.
Tudo o que aprendi com as minhas filhas, de Catarina Raminhos, é um conjunto de pequenos textos viciantes e interessantes ao ponto de nos revermos naquelas linhas. A Catarina, além de uma excelente escritora, é mãe de três Marias, literalmente, e tem tanto para gerir como para aprender com elas todos os dias.
Há muito tempo, ouvia eu a RFM de manhã e o António Raminhos com a sua rubrica “As Três Marias” e até gostava, sinceramente, apesar de não ser muito dada ao humor, principalmente logo de manhã. No entanto, depois de ver a perspetiva da mãe, que me perdoe o António, agarrei-me muito mais ao ramo maternal da Catarina. É que não há hipóteses! A sua escrita neste livro é muito, muito boa!
Entre dicas de moda, música, resolução de conflitos, gestão de tempo e de lares, muitas vezes desorganizados por natureza, neste livro, o segundo da Catarina, vivemos um pouco da sua experiência de maternidade, mas intensificamos a nossa. Não raras vezes dei por mim a acenar positivamente perante alguma situação que os Raminhos tivessem passado ou a rir desalmadamente com a forma como a Catarina ou as filhas resolvem as questões. É que é mesmo muito prático percebermos que não estamos sozinhas neste planeta da maternidade, onde tudo é ambíguo e novo todos os dias. E nem quero imaginar uma casa com três filhas, todas diferentes e com idades diferentes, mas gostei de ler esta vivência.
Nestas leituras, entramos na casa, no carro, no trabalho e nas escolas de outras famílias e sabe bem saber que está-tudo-bem-mesmo-quando-está-tudo-mal!
No fundo encontramos sempre uma solução, uma forma mais simples e bonita de ver a bolha familiar que é a nossa casa.
E, mais uma vez, é por isso que eu leio: porque sempre que termino uma leitura sinto o meu universo maior, mais empático e, sobretudo, mais feliz!

Boas leituras!

Patrícia Carreiro*

*Diretora da Livraria Letras Lavadas

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