Diário dos Açores

A cultura em forma de livros, e não só!

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Visitar e trabalhar numa feira do livro é sempre uma experiência fantástica para quem é da área dos livros, e não só!
Termina hoje a 49ª edição da Feira do Livro do Funchal, na Madeira, e eu tive o prazer de lá estar, com a Letras Lavadas.
Além das múltiplas escolhas de livros, com temáticas tão diversificadas e enriquecedoras, o cartaz desta feira do livro prima pela ligação entre todas as áreas da arte, desde os livros, claro, à música, teatro, exposições de arte, entre tantas outras.
O ímpeto é ficar a semana toda a aproveitar aquele cartaz que preenche qualquer alma e que, sabiamente, conquista a nossa atenção e o nosso gosto para formas de cultura diferentes das que estamos habituados, ou seja, ajudar-nos a sair da nossa zona de conforto.
Toda aquela cidade se transforma nesta semana, recebendo autores que fazem apresentações de livros, sessões de autógrafos, horas do conto e muito mais. No fundo, é a interação existente entre todos que resulta de uma forma magistral.
Entre a presença de autores como Isabel Stilwel, Miguel Sousa Tavares, Ruy de Carvalho (autor e ator), entre outros, primou nesta feira a nossa Natália Correia, a mulher que a todos impressiona e deslumbra e que recebeu a coroa desta festa do livro, ano que se comemora o centenário do seu nascimento.
Enquanto se passeia pela Avenida Arriaga, podemos parar e conhecer novidades literárias com descontos interessantes ou livros tão antigos, com os amigos alfarrabistas, que pensávamos nunca mais ver e – voilá – ali estão eles.
O mundo do livro e da escrita constitui toda e qualquer forma de arte. Para se fazer uma peça de teatro há que escrevê-la ou lê-la num livro já publicado; para se cantar uma canção é preciso escrever a sua letra; para criar uma exposição é necessário usar as palavras para descrever o que ali se apresenta; e por aí fora. Era um-nunca-mais-acabar de exemplos!
E é, só, por isso que tudo gira à volta da literatura, pois não podemos viver sem a escrita ou sem a literatura para o avanço de uma sociedade. Pena quando não se pensa assim e não se dá o devido valor à cultura, deixando de investir o necessário para que a cultura da cultura, passo a redundância, não desapareça.
Mas há sempre os apaixonados que chegam ao lugar certo para dar voz aos membros do mundo da cultura e para criar elos entre quem tem a “mão na massa”, seja a massa que se conta em notas ou a massa de que se reveste a cultura.
Tudo isto para dizer que, afinal, a vida do livro e da literatura está bem e recomenda-se. Engane-se quem diz que não se lê hoje em dia, que as crianças não querem saber dos livros; eles só precisam de ter contacto com o objecto-livro e perceber que, com os livros, se aprende muito: ontem, hoje e sempre!
Sejamos literatura, em feiras do livro, em exposições, em concertos musicais ou em exposições de artesanato. Fazer o que gostamos tem um custo, mas este é muito menor quando o apoio vem dos sítios certos, nas horas certas!
Sejamos livros, porque afinal escrevemos histórias todos os dias!
Boas leituras!

Patrícia Carreiro*

*Diretora da Livraria Letras Lavadas

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