A Confiança é o valor mais poderoso e precioso que possuímos. Quando vamos a um restaurante confiamos que os nossos talheres ou guardanapos estão imaculados e que a refeição é confecionada com ingredientes dentro do prazo de validade. Compramos um carro e confiamos na sua durabilidade, depositamos dinheiro e confiamos que está protegido, compramos café e confiamos que as cápsulas não são adulteradas. Compramos um livro pela internet e confiamos que não vem com páginas em branco.
Segundo Adam Smith, “os agentes económicos surgem da propensão humana para o diálogo, baseada na empatia, e pressupõem a confiança mútua entre seres humanos.”
A confiança é, por si só, o maior tratado da humanidade. Segundo Santo Agostinho, a confiança permite ultrapassar dificuldades de compreensão que não se superam de outro modo.
O desaparecimento da confiança leva por isso à desarticulação da sociedade e ao surgimento de movimentos ideológicos promotores de desconfiança, desunião e diferença (i.e. “és diferente de nós”). Contudo, somos todos diferentes entre nós, pelo que assumir outra coisa que não essa, é estar limitado ao número de características que definem quem é igual (assim como a quem define quais são as características que definem quem é igual).
A diferença, e a individualidade assente nessa diferença, é por isso a base de qualquer sociedade moderna, e a confiança, a cola que a une.
Apenas e só com confiança no grupo onde me insiro, é que poderei ter a iniciativa para assumir a minha diferença ideológica, é que poderei ter a iniciativa de empreender de forma diferente, é que poderei ter a iniciativa de tentar de forma diferente, é que poderei ter a iniciativa de assumir que sou diferente E confiável.
Não há Iniciativa sem Confiança, nem Confiança sem Iniciativa.
Apenas há Iniciativa com Confiança.
Adaptado de Guilherme Leitão Castanheira
Gustavo Couto*
* Dirigente da Inicitiva Liberal Açores