Diário dos Açores

Bem-estar financeiro

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Para algumas pessoas, ter liberdade financeira significa ter um rendimento mensal que cubra todas as despesas do mês. Para outras, além de cobrir estes custos, a liquidez mensal terá de garantir alguns extras, como jantar fora ou comprar uma peça de vestuário, por exemplo. Algumas pessoas consideram ainda que só se alcança liberdade financeira quando conseguem poupar ou investir uma parte, mesmo que pequena, do seu rendimento mensal. Certo é que, para muitos de nós, o conceito de liberdade financeira é entendido como um mito, pois assegurar os bens essenciais só por si já constitui um esforço acrescido para muitas famílias. Acresce ainda o impacto que este esforço pode ter no nosso bem-estar, gerando, muitas vezes, ansiedade, frustração, revolta e desentendimentos conjugais e/ou familiares.
Nesse seguimento, é fundamental educar para o bem-estar financeiro. Com efeito, além dos cálculos, é preciso desenvolver capacidades de planeamento e de tomadas de decisão sustentadas em conhecimento e comportamentos de gestão financeira saudável ao longo da vida. Com efeito, a investigação científica na área indica que é frequente tomarmos decisões influenciadas pelo stresse, pela gratificação imediata ou pela atratividade das campanhas promocionais. Uma baixa autoestima e doenças como a depressão também diminuem a nossa capacidade de tomada de decisão.
Face ao exposto, a promoção de comportamentos que potenciam o nosso bem-estar financeiro é, pois, crucial para a nossa saúde mental, pelo que é imperativo:
• Desenvolvermos a nossa capacidade de tomada de decisões, analisando várias opções e refletindo sobre os custos e benefícios de cada decisão;
• Explorarmos alternativas mais económicas, negociando, por exemplo, créditos e planos de telecomunicações, em vez de assumirmos que somos impotentes face às crises que enfrentamos como, por exemplo, a da inflação. Ao contrário do que muitas vezes assumimos, este esforço traz-nos ganhos que, a médio e a longo prazo, trazem ganhos significativos;
• Conversarmos abertamente com os nossos parceiros (quando a relação é saudável) para, em conjunto, encontramos soluções adequadas às nossas necessidades;
• Compreendermos os aspetos psicossociais que nos impulsionam a fazer determinada compra;
• Educarmos os nossos filhos para a promoção do bem-estar financeiro, evidenciando os benefícios para a nossa saúde mental;
• Procurarmos ajuda junto de um especialista na área ou de um psicólogo;
• Lembramo-nos que a promoção da nossa saúde mental depende, também de cada um de nós.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses

Paula Domingues *

* Vogal da Delegação Regional dos Açores

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