Diário dos Açores

Jornalismo de verdade

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À hora em que encerramos esta edição ainda decorre, em Ponta Delgada, o I Congresso dos Jornalistas dos Açores.
Trata-se de um reencontro 40 anos depois, quando foi realizado o I Encontro de Jornalistas Açorianos.
Daí para cá o mundo mudou e o jornalismo também, mas a trave mestra da profissão mantém-se e, porventura, cada vez mais premente, que é o ‘jornalismo da verdade’.
A desinformação, as notícias falsas, o discurso de ódio e a intolerância que grassam na esfera das redes sociais só pode ser combatida pelo ‘jornalismo da verdade’, contribuindo, ao mesmo tempo, para a robustez da democracia, o escrutínio público e a cidadania.
Tratando-se de um verdadeiro serviço público, disponibilizado à sociedade, é fulcral que a comunicação social disponha dos recursos mais fortes para este desempenho, merecendo, por isso, uma atenção especial dos poderes públicos.
Quanto mais fraco for o jornalismo nos Açores, pior será a democracia, a Autonomia e o escrutínio do sistema.
Não sabemos que conclusões vão sair deste importante Congresso, que reuniu cerca de 120 participantes, mas há uma que parece evidente: conseguir unir tanta gente à volta de um fórum para uma reflexão conjunta já é um enorme sucesso.
E ele deve-se à jovem equipa da nova geração de jornalistas açorianos que organizou o evento com uma motivação contagiante e competente, liderada pela Presidente da Direcção Regional dos Açores do Sindicato dos Jornalistas, Marta Silva, que se dedicou de alma e coração ao Congresso.
Estão todos de parabéns!

Razão antes do tempo

Não é fácil ter razão antes do tempo, mas faz agora seis anos que alertamos aqui, nestas páginas, para o negócio ruinoso que a SATA efectuou com a aquisição do Airbus 330, mais conhecido por “Cachalote”.
Agora, o Tribunal de Contas vem confirmar aquilo que era uma evidência para os especialistas e técnicos da linha da frente da SATA, mas que o Conselho de Administração de então, assim como os governantes envolvidos, não quiseram dar ouvidos, resguardados por um parecer mal feito, sem credibilidade, contra o parecer de duas consultoras internacionais de aviação.
Foi e é um negócio ruinoso e misterioso, que merece ser melhor explicado e aprofundado até às últimas consequências, doa a quem doer.
Para além do envio ao Ministério Público, o parlamento açoriano, que mandou efectuar a auditoria, deve, agora, chamar a uma comissão parlamentar todos os envolvidos, incluindo os governantes de então, porque devem uma explicação pormenorizada aos açorianos sobre as razões da opção desastrosa deste negócio, que provocou uma perda de mais de 42 milhões de euros nos bolsos de todos nós.
Quem não deve, não teme.

Osvaldo Cabral *
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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