Diário dos Açores

BE quer ouvir Presidente da SATA no parlamento

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O Bloco de Esquerda vai requerer a audição urgente na comissão de economia da presidente do conselho de administração da SATA e do Secretário Regional das Finanças para que seja explicado o recurso a engenharia financeira que induz a melhorias artificiais nos resultados de 2022, nomeadamente a inscrição de impostos diferidos como receitas. Em causa está o registo de 13ME por parte da SATA Internacional e de 6,2ME pela SATA Air Açores como “proveitos” de impostos diferidos. Na prática, o imposto diferido é a “poupança” fiscal que uma empresa terá ao deduzir prejuízos passados se, e quando tiver lucros no futuro. 
Quem o diz são os próprios auditores da PwC e os revisores de contas que, relativamente aos impostos diferidos, expressam reservas às contas, afirmando que esse “respetivo ativo e os resultados do exercício se encontram sobreavaliados por um montante que, nas atuais circunstâncias, não nos é possível quantificar (...).” Recorde-se a comunicação efetuada pela SATA, e sustentada pelo governo regional e partidos que o apoiam, que fez passar a ideia de que os resultados, não sendo bons, demonstravam, todavia, uma evolução positiva. Para o deputado António Lima, a “evolução positiva” não passa de pura ilusão, pois os resultados da SATA Internacional e da SATA Air Açores “são de facto muito maus e, no que tem a ver com o negócio, (resultados operacionais – antes de juros, diferenças de câmbio e impostos) são piores que os registados em 2021.” Segundo o relatório e contas da SATA de 2022, os resultados operacionais da Sata Internacional deterioraram-se em 4ME e os da SATA Air Açores em 12ME, comparativamente a 2021. Para António Lima “foi o registo meramente contabilístico destas verbas - os impostos diferidos - que permitiu alimentar a ilusão de que havia uma melhoria nas contas” e reforça que só se explica esta maquilhagem de contas porque o governo precisava desesperadamente de algum sinal positivo na SATA para poder manter a narrativa de que está a “salvar a SATA”.  Por outro lado, o Bloco de Esquerda considera que as reservas expressas pelos auditores em relação à dívida da Sata Internacional à SATA Air Açores, mostram que o Bloco tinha razão quando alertou para a possibilidade de serem os açorianos e açorianas a ter de pagar a dívida, aquando da apresentação do caderno de encargos da privatização da SATA. Esta dívida, que no ano passado ascendia a 285 ME, cresceu 92 ME num ano, o que para o Bloco de Esquerda deixa a “porta aberta” para que a mesma seja perdoada após a venda da Sata Internacional e sejam os contribuintes açorianos a pagá-la.

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