Diário dos Açores

… E Responsabilidade Política?

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Opinião

A responsabilidade política deveria ser o tema central na política portuguesa. Como cidadãos, esperamos que aqueles que forem eleitos tomem as decisões que melhor reflitam os interesses do povo que representam. Em boa verdade nem sempre isso acontece. Muitas vezes, os políticos tomam decisões motivadas por interesses pessoais ou de grupos específicos, em vez de atuar em favor do bem comum.
Numa visão liberal, este é um valor essencial. Acreditamos que os políticos devem ser responsáveis perante o eleitorado e que devem prestar contas das suas ações. Acreditamos também que a melhor forma de garantir a responsabilidade política é através da transparência de procedimentos e da liberdade de informação. Os eleitores devem ter acesso a informação relevante e atualizada para poderem avaliar o desempenho de seus representantes.
O atual panorama político, seja regional ou nacional, tem sido marcado por vários temas que nos envergonham. Todas as semanas temos escândalos e decisões políticas que ignoram as necessidades dos cidadãos, numa constante violação da ética, não sendo difícil identificar nomes de alguns políticos que não cumprem com as suas obrigações para com o povo português.
Bem sei que não é um cenário exclusivo nosso. Um pouco por todo o mundo, temos visto políticos que praticam atos semelhantes e a sair impunemente, colocando os seus interesses pessoais acima do bem comum, e agindo exclusivamente para consolidar o seu poder em vez de se dedicarem a servir seus eleitores. A falta de transparência e a manipulação da informação são apenas alguns dos exemplos de práticas que minam todo o cenário.
A solução para este problema passa por várias medidas, primeiro, que os portugueses saibam escolher líderes políticos que sejam verdadeiramente comprometidos com o bem comum, independentemente a sua orientação partidária Os políticos devem ser eleitos com base nas suas ideias e projetos, em vez de serem escolhidos com base na sua popularidade ou nas suas ligações a grupos de poder.
Em segundo, precisamos de uma maior transparência e liberdade de informação. Os cidadãos devem ter acesso a informações relevantes e atualizadas sobre as atividades dos seus representantes, para poderem avaliar o seu desempenho de forma justa e informada.
Os constantes favorecimentos e nomeações duvidosas prejudicam o bem comum, criando estruturas e mais estruturas que não servem a ninguém a não ser aos mais chegados e de interesse pessoal. Qual o ganho dos eleitores? Zero, não ganham rigorosamente nada de nada. Não existe foco na criação de soluções que possam ajudar o povo a ter mais dinheiro no bolso. Garantir um melhor acesso à saúde, habitação e educação ficam em segundo plano.
Mas afinal, e responsabilidade política? Ou melhor, irresponsabilidade política?

Venicio da Costa Ponte*

* Dirigente IL Açores
Conselheiro Nacional IL

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