Diário dos Açores

Haja Esperança!

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A devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, que remonta ao século XVII, volta a brilhar por estes dias em Ponta Delgada.
E hoje tem um brilho especial, porquanto acabaram-se os tormentos das restrições causadas pela pandemia, voltando agora tudo ao normal.
Ponta Delgada volta a engalanar-se para receber milhares de fiéis, especialmente muitos emigrantes que regressam à sua terra saudosos da festa e do que ela representa para a nossa importante comunidade da diáspora.
Se não me falha a memória, faz hoje 35 anos que as festas chegavam à nossa comunidade espalhada pelas Américas na primeira transmissão directa da RTP-Açores.
Foi uma transmissão efectuada através de um complicado sistema de satélites, que passava pela estação da Marconi, na Fajã de Cima, seguia para a estação de Sintra, que, por sua vez, colocava o sinal num satélite internacional e este redireccionava-o para um satélite doméstico dos EUA e Canadá.
    Tratou-se da primeira internacionalização das festas, via televisão em directo, graças ao empenho da equipa de então, dirigida por José Maria Lopes de Araújo.
Foi ele que moveu montanhas para se conseguir esta transmissão, que se viria a repetir até hoje, agora com a RTP-Internacional, que naquela altura nem existia.
Daí para cá estabeleceu-se uma ponte que nunca mais parou.
Tanto as Festas como a televisão açoriana tornaram-se factores essenciais da unidade regional, a que se juntam a SATA e a Universidade dos Açores, como pilares fundamentais para a união de todos os açorianos.
Se relevamos este aspecto, em dia de festa, é porque vivemos tempos muitos estranhos em sociedade egoísta, com ódios e bairrismos acirrados por divergências políticas, interesses pouco claros e um conformismo de cidadania nada recomendável.
A “escola de esperança”, de que falou na homilia da missa solene do ano passado o Cardeal Tolentino Mendonça, é uma necessidade cada vez maior para quem procura, neste dias, um outro caminho e uma outra luz.
“Estamos aqui porque como seres humanos nos sentimos incompletos, a caminho, e temos fome de luz; sentimo-nos carentes de uma verdade maior, capaz de nos resgatar; reconhecemos em nós a ânsia por uma palavra de Vida”, disse então, faz hoje um ano, no Campo de S. Francisco, D. Tolentino.
Haja Esperança!

 

Osvaldo Cabral *
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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