“Se Ryanair abandonar os Açores será um retrocesso no desenvolvimento do turismo”
Diário dos Açores

“Se Ryanair abandonar os Açores será um retrocesso no desenvolvimento do turismo”

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Mário Fortuna, Presidente da Câmara do Comércio

A notícia revelada ontem pelo Diário dos Açores sobre a intenção da Ryanair em abandonar a sua operação em Ponta Delgada e Terceira causou profundo impacto no sector do turismo e nos empresários locais.
O Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Mário Fortuna, também manifestou a sua preocupação ao Diário dos Açores, explicando que “a Ryanair é uma empresa privada que tenta rentabilizar as suas operações. Se tem uma procura elevada para os seus serviços, e tem, tenderá a otimizar a sua frota e demais recursos afetando-os às rotas mais competitivas. Se perdemos competitividade, porque não fizemos trabalho suficiente de promoção do nosso destino, ficamos a perder. Será isto que está a acontecer. É muito importante que se emende a mão neste aspeto porque andamos demasiado tempo mergulhados em dúvidas e muito pouco tempo a fazer o trabalho de promoção que é necessário fazer”.
Para Mário Fortuna, “temos que admitir, neste sentido, que o investimento de publicidade nas plataformas da Ryanair tende a ser o mais rentável porque chega a muitos milhões de potenciais clientes. Esta empresa tem, neste sentido, uma capacidade muito superior às outras que operam nos Açores. Por cada euro investido nas plataformas da Ryaniar temos um retorno muito maior. Indiretamente andamos a investir nas companhias de bandeira nacionais a um custo astronómico para os contribuintes nacionais e regionais, dos Açores. Nunca devemos perder parceiros eficientes”.
Sobre se a Região deve dar mais dinheiro à Ryanair para manter as suas bases no arquipélago, o líder dos empresários responde: “Não se trata de dar mais dinheiro mas sim de investir na nossa notoriedade através da Ryanir. É preciso sublinhar este aspecto que é central, não estamos a pagar para cá estarem mas sim a investir em campanhas de promoção através dos seus serviços. Com eles a mensagem que temos a transmitir vai sempre mais longe”.
Sem a Ryanair e com a venda da SATA internacional a um privado, o turismo nos Açores fica em causa?, questionou o nosso jornal, tendo Mário Fortuna respondido que “o turismo dos Açores perde muitíssimo se esta empresa abandonar a sua base nos Açores, disto temos a certeza absoluta. Será um retrocesso no desenvolvimento do turismo dos Açores”.
Quanto à possibilidade de estender a operação da Ryanair a outras ilhas, num eventual acordo para novos contratos, Mário Fortuna entende que “estender a operação para outras ilhas será sempre uma questão da tal rentabilidade que a empresa necessita para acompanhar a competitividade de outros mercados e a nossa disponibilidade para investir. De qualquer forma, a empresa só poderá operar em aeroportos liberalizados, o que quer dizer que o universo se restringe a S. Miguel e Terceira. Os outros aeroportos potenciais - Pico, Faial e Stª Maria estão excluídos por exigirem obrigações de serviço público”.
 

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