Empresários lamentam falta de políticas de apoio às exportações açorianas
Diário dos Açores

Empresários lamentam falta de políticas de apoio às exportações açorianas

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O Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada queixou-se ontem “da actual insuficiência de políticas de apoio à exportação e à captação de investimento externo, presume-se que à espera do novo P2030”.
Mário Fortuna falava no Fórum das Exportações, realizado por aquele organismo, ontem, em Ponta Delgada, acrescentando que “falta esforço na promoção externa dos bens e dos serviços que exportamos para lhes dar mais visibilidade e mais valor”.
“Nos serviços do turismo andamos anos a fio a decidir sobre uma instituição e não fossem as empresas ela tinha desaparecido, tão mal foi o sector do Tturismo tratado nesta dimensão”, denunciou o líder dos empresários.
“Estou, naturalmente, a falar da ATA, agora Visit Azores. Foi muito tempo perdido em jogos institucionais e pouco a trabalhar no que era importante – a nossa exportação de serviços de turismo. O resultado está à vista. A Ryanair, oito anos depois, vem-nos dizer que estamos a perder competitividade e que tem outros mercados com desempenho melhor do que o nosso. É grave que tenhamos chegado a isto. O combate à sazonalidade registará um enorme retrocesso se a saída sazonal se concretizar. Estas situações previnem-se em vez de se remediarem”, sublinhou Mário Fortuna.
E acrescentou: “Já tinha acontecido com a Delta, num caso sem retorno. Mas a lição não foi retida e continuamos a não aproveitar as oportunidades criadas por empresas externas poupando na promoção para esbanjar em outras políticas de gestão directa, que nos atrasam. É preciso continuar o trabalho da notoriedade e de esbatimento da sazonalidade, desideratos que não se conseguem diminuindo orçamentos”.
Mário Fortuna denunciou ainda que “nos bens, desmantelou-se a única forma contínua e sistemática de promoção externa fosse de bens fosse de investimento que assentava em protocolos entre o Governo e as câmaras do Comércio através da CCIA. Criaram-se e desfizeram-se instituições como se monta e desmonta peças de Lego. Em poucos anos tivemos primeiro a APIA, depois a SDEA, depois nada”.
Para Mário Fortuna “as exportações são fundamentais para a nossa economia e a nossa sociedade, mas precisam de um rumo firme, completo e contínuo porque são a nossa única janela de oportunidade para um crescimento mais robusto que nos permita gerar a economia adicional de que necessitamos para reverter a regressão demográfica e a regressão económica quando nos comparamos com os pontos de referência mais próximos – o país, a Europa e a América, também”.
O Presidente da Câmara do Comércio de Ponta Delgada lamentou, ainda, que não haja estatísticas actualizadas sobre as exportações dos Açores: “Voltamos a apelar à tutela do SREA para que este serviço regional não só complete a série iniciada em 2010, mas também melhore esta informação com dados mais detalhados por produtos e serviços”.
“A nossa capacidade exportadora de bens e de serviços é, por isso, fundamental para o nosso crescimento em qualquer momento. Sem um bom desempenho nas exportações a nossa economia definha e resume-se a uma dimensão demasiado pequena para acompanharmos o país e a Europa”, concluiu Mário Fortuna no Fórum.

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