Diário dos Açores

A Efacec das ilhas

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O Governo de António Costa acaba de privatizar a Efacec, empresa tecnológica no norte do país, mas sem antes enterrar nela 400 milhões de euros (mais do que custa a Saúde nos Açores), para a entregar ao preço da uva mijona.
São “negócios” de uma escola muito conhecida entre nós, quando por cá se fez algo semelhante, como a Sinaga e outras tantas.
Em resumo, o Governo da República entrega a um grupo alemão uma empresa limpa de dívidas e deixa para os Açores a dívida dos estragos do furacão Lorenzo e das obrigações de serviço público do transporte aéreo para Faial, Pico e Santa Maria, cujos prejuízos estão a ser suportados pela SATA.
O mesmo governo que não quer pagar, como lhe compete, a substituição do anel de comunicações interilhas, empurrando mais uma dívida para os contribuintes açorianos.
O mesmo governo que enterra 3,2 mil milhões na TAP, que é a dívida pública dos Açores.
É isto a governação de António Costa: resolve o problema da Efacec com 2 mil trabalhadores, à custa do erário público, e deixa à míngua 240 mil almas no meio do Atlântico, obrigadas a sustentar as asneiras do Estado nestas ilhas.
O seu amigo, Augusto Santos Silva, que andou nestes últimos dias por cá, deve estar muito feliz com a atitude de malvadez de um Estado perante as suas Regiões Autónomas, ele que também contribuiu para a desgraça dos governos socialistas nesta região quando foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, fazendo também das suas em relação à Base das Lajes.
Toda esta gente não é de confiar, porque andam sempre à espreita de nos enfiar o calote.
É uma escola que vive debaixo do preconceito centralista em relação às ilhas. Mesmo assim, embora pareça paradoxal, compreende-se a boa intenção do Presidente da Assembleia Regional dos Açores em convidar o seu homólogo nacional a vir conhecer, com os próprios olhos, a nossa realidade, que eles desconhecem e desprezam.
Só falta agora Bolieiro convidar António Costa.
Nunca fiando!
Podem vir todos, mas não se livram de ouvir o que precisam de saber sobre o péssimo trabalho que têm feito em relação ao povo insular.
Como dizia Vasco Cordeiro noutro tempo, olho vivo nos centralistas, os de lá e os de cá... que também existem.

Carochinha
Os pareceres do Tribunal de Contas sobre as Contas da Região são uma dor de cabeça para qualquer governo que não gosta de ser escrutinado.
Sobretudo quando os pareceres emitidos são, quase sempre, recheados de recomendações e muitas reservas, para não dizer um quase chumbo.
Foi assim nos governos anteriores do PS, onde os juízes do TdC descobriam as maiores engenharias para esconder o desastre.
O da coligação vai pelo mesmo caminho, continuando com os mesmos vícios dos governos do PS.
Como é possível atribuir 150 milhões de euros em subsídios, a particulares e empresas, sem fazer a devida avaliação dos seus resultados?
“O governo deve avaliar quais os setores que devem ser privilegiados, quais os objetivos que tem com a atribuição destes subsídios e, depois, fazer uma avaliação final dos seus resultados”, sugeriu o Presidente do TdC, José Tavares, numa espécie de reprimenda, que só envergonha este vício instalado em todos os governos, que é atribuir ao desbarato subsídios a toda a gente, sem cuidar de saber se são bem aplicados.
Bem dizia o Dr. Álvaro Monjardino, quando considerou esta prática “a maior indústria extractiva dos Açores”.
Outro reparo alarmante é que, dos 100 milhões de euros do PRR inscritos em 2022, apenas foram investidos 23 milhões!
Por este andar, como é que devemos acreditar que vão executar 700 milhões nos próximos dois anos?
Deve ser mais uma história da Carochinha.

Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

 

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