Taxa de risco de pobreza aumentou nos Açores para 26,1% e é a maior do país
Diário dos Açores

Taxa de risco de pobreza aumentou nos Açores para 26,1% e é a maior do país

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A taxa de risco de pobreza aumentou no país em 2022 para 17%. 
É essa a percentagem da população que vivia abaixo da linha de pobreza no ano passado, ou seja, com menos de 591 euros por mês, mostram os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
São 1,78 milhões de pessoas, mais 81 mil do que no ano anterior. 
Em 2021, contabilizaram-se 1,69 milhões de pessoas em situação de pobreza, quando a taxa era de 16,4%.
 Nessa altura, os dados traduziam uma recuperação face ao aumento verificado durante a pandemia. 
Contudo, em 2022, um ano marcado pela subida de preços e pela crise na habitação, a realidade voltou a agravar-se.
Os indicadores do INE agora divulgados mostram também que este aumento da pobreza em 2022 abrangeu todos os grupos etários, “embora de forma mais significativa” as crianças e jovens com menos de 18 anos. 
Aumentou mais entre as mulheres (de 16,8% em 2021 para 17,7% em 2022) do que entre os homens (de 15,9% em 2021 para 16,2% em 2022).
Quanto à caracterização da população pobre pelo nível de habilitações, conclui-se que mais de um quinto (22,7%) da população portuguesa que só tem o ensino básico vive em situação de pobreza. Essa percentagem é bem superior à da população com ensino secundário (13,5%) e ensino superior (5,8%).
No que diz respeito aos trabalhadores, não há grandes diferenças: 10% das pessoas que trabalhavam em 2022 eram pobres (10,3% em 2021).
É ainda de realçar um aumento das desigualdades na distribuição dos rendimentos no ano passado, “principalmente comparando os 10% da população com maiores recursos e os 10% da população com menores recursos”.

Açores:  a região mais pobre 
do país

Em 2022, considerando o limiar de pobreza nacional, o risco de pobreza aumentou na Área Metropolitana de Lisboa (mais 4,3 p.p.) e na Região Autónoma dos Açores (mais 1,0 p.p., passando para 26,1% e continuando a ser a região mais pobre do país). 
A taxa de risco de pobreza manteve-se em 15,6% na região Centro e diminuiu nas restantes regiões. 
Não obstante a redução verificada na Região Autónoma da Madeira, as duas Regiões Autónomas mantêm os valores de risco de pobreza mais elevados do país. 
Esta análise pode ser completada pelo cálculo de linhas de pobreza regionais. 
Em cada região NUTS II, a linha de
pobreza regional corresponde à proporção de habitantes nessa região que vivem com rendimentos monetários disponíveis equivalentes inferiores a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários disponíveis equivalentes dessa mesma região.
A utilização de linhas de pobreza regionais resulta no aumento do risco de pobreza para as regiões com
rendimento mediano superior ao rendimento mediano nacional (21,4%, na Área Metropolitana de Lisboa e 14,4%
no Alentejo) e na redução dos riscos de pobreza para as restantes (muito expressiva, por exemplo, na Região
Autónoma da Madeira, de 24,8%, com base na linha nacional, para 19,7%, com base na linha regional; e na Região
Autónoma dos Açores, de 26,2%, com base na linha nacional, para 20,7% com base na linha regional).

As políticas sociais para a redução da pobreza

Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 41,8% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2022. 
Os rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência contribuíram em 2022 para um decréscimo de 20,6 p.p. no risco de pobreza, resultando assim numa taxa de risco de pobreza após pensões e antes de transferências sociais de 21,2%.
As transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social contribuíram para uma redução adicional do risco de pobreza de 4,2 p.p. (de 21,2% para 17,0%), sendo este contributo inferior ao registado nos anos anteriores.
 

Desigualdade é maior nos Açores

Em 2022, a desigualdade aumentou em todas as regiões NUTS II, à excepção da região do Alentejo.
 A Área Metropolitana de Lisboa foi aquela em que a desigualdade mais aumentou, de 31,4% em 2021 para 34,9% em 2022.
Os Açores possuem a maior taxa de desigualdade, que passou de 34,6% para 36%. 

Açores e população não idosa

A proporção da população não idosa que vivia em agregados familiares com intensidade laboral per capita muito reduzida diminuiu em 2022 nas regiões Norte e Algarve e na Região Autónoma da Madeira, e aumentou nas restantes regiões do continente e na Região Autónoma dos Açores, que registou o valor mais elevado para este indicador (8,9%). 
O maior aumento, de 2,9 p.p., foi registado na Área Metropolitana de Lisboa. 

Açores piores na privação 
material e social severa

A percentagem de pessoas em privação material e social severa reduziu-se na maioria das regiões do país e aumentou na área Metropolitana de Lisboa e, principalmente, na Região Autónoma dos Açores.  O risco de pobreza ou exclusão social diminuiu em quase todas as regiões NUTS II, com exceção daRegião Autónoma dos Açores, onde aumentou 1,1 p.p. em relação ao ano anterior, e da Área Metropolitana de Lisboa, onde aumentou 3,8 p.p.

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