“A restauração açoriana evoluiu muito e foi importante o papel das escolas profissionais”
Diário dos Açores

“A restauração açoriana evoluiu muito e foi importante o papel das escolas profissionais”

Previous Article Previous Article Preços da gasolina e do gasóleo vão descer
Next Article Bensaude atribui Prémio Excelência para Melhor Estudante em Turismo Bensaude atribui Prémio Excelência para Melhor Estudante em Turismo

Chef José Artur lança livro de culinária

Vai lançar na Lagoa, sua terra, “A arte de cozinhar com amor”. Fale-nos um pouco deste livro.
A ideia de fazer este livro nasceu já há mais ou menos 16 anos, quando eu era formador na Escola Profissional do Nordeste. Surgiu um convite feito pela Direcção da escola, na altura presidida pelo Dr. Eduardo Medeiros, para escrever um livro, mas não seria um livro de culinária, mas sim sobre formação profissional, baseado na área que eu leccionava, que era mesa/bar e cozinha de sala.
Como, repentinamente, surge a oportunidade de ir para os Estados Unidos, então aí ficou a ideia parada. 
Passados uns anos, nos Estados Unidos, fiquei sempre com esta ideia na cabeça, e um certo dia disse comigo: tenho que realizar este sonho  e então comecei, afincadamente, durante 2 anos e meio, mais ou menos, até finalizar o livro, desde seleccionar as receitas, escrever, confeccionar e fotografar.

O José Artur é chef há muitos anos, conhecido em S. Miguel, onde geriu alguns restaurantes. Daquilo que vê hoje na sua terra, há muitas diferenças na arte de cozinhar?
Sim, a restauração evolui muito, graças também ao trabalho feito pelas escolas profissionais, do esforço dos empresários em evoluir, da forte entrada de turismo, tudo isso veio obrigar a que abrisse mais restaurantes e com melhor e mais opções de escolha, e a qualidade também sobressaiu bastante.

Como vai decorrendo a sua vida enquanto chef nos EUA? O seu restaurante Algarve tem alcançado muito sucesso, pelas notícias que nos vai chegando. É muito diferente de cá?
A minha vida de chef vai correndo bem. Durante 10 anos trabalhei por conta de outros, sempre como chefe. Passado este tempo surge a oportunidade de abrir o meu próprio negócio, que não tem sido fácil. 
Iniciei o meu negócio em Fevereiro de 2020 e em Março aparece a pandemia, foi uma luta tremenda mas consegui vencer tamanhos obstáculos, depois normalizou. Agora surgem as guerras e outros problemas, a economia não está no seu melhor, e as coisas vão indo com altos e baixos, mas vamos conseguindo, com a nossa qualidade e apostando sempre na cozinha portuguesa, ter sucesso e realizar os nossos objectivos.

Foi formador nos Açores. Que recordações guarda dessa altura e que importância dá à formação?
Guardo enormes recordações, foram 12 anos a formar jovens que hoje são homens, que guardo com grande gratidão. Com estas pessoas ainda mantenho grande amizade e contacto, muitos pelas redes sociais, e sabendo que muitos hoje continuam a exercer a profissão e a desempenhar cargos de chefia em alguns estabelecimentos de hotelaria e restauração. 
Dou muita importância à formação profissional, porque conseguimos pegar em pessoas que nada sabiam da área e depois, com o decorrer dos dias, semanas, meses e anos, vemos a evolução que adquiriram e é vê-los bem de vida e a realizar os seus objetivos pessoais e familiares. 
Gostava de ver muitos destes meus antigos alunos e hoje meus amigos no lançamento do meu livro, teria uma alegria muito grande.

Consegue facilmente receber e encontrar produtos dos Açores nos EUA? Era importante incentivar a exportação de produtos nossos para aquele país?
Sim, conseguimos receber bons produtos dos Açores e de Portugal.
No início não havia tanta facilidade como há hoje. Encontram-se armazéns com tudo o que precisamos para desenvolver a nossa actividade. 
No meu caso, regularmente, recebia peixe dos Açores, mas os preços aumentaram tanto que tive que recuar um pouco, a economia também não está muito saudável, e as pessoas retraem-se na compra do mesmo, mas como vivo em New Bedford, onde existe o maior Porto de pescas dos Estados Unidos, temos a facilidade de ter muito boa qualidade de peixe e mariscos sempre fresco, diariamente, e a melhores preços.

Como vai ser o lançamento do livro?
O lançamento do livro vai ser no dia 15 de Dezembro, no Convento dos Frades, em Santa Cruz da Lagoa, minha freguesia de nascença, onde espero ter uma sala cheia de pessoas amigas e familiares que há muito tempo não os vejo.
 Será uma noite de grandes emoções, o resto será surpresa.

jornal@diariodosacores.pt

Share

Print
Ordem da notícia3076

Theme picker