Diário dos Açores

As migrações nos Açores

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TRANSATLÂNTICO

A Casa José Boiteux, sede da Academia Catarinense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina vestiu-se de festa para receber, em sessão solene, o lançamento da obra “Transatlântico As migrações nos Açores”, de autoria de José Andrade, Diretor Regional das Comunidades, no dia 30 de novembro. Registro o nosso agradecimento ao autor por ter aceito o convite das centenárias Instituições culturais e históricas, por ocasião da Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores realizada nos dias 1 e 2 de dezembro em Florianópolis.
Natural da Ilha de São Miguel, José Maria Medeiros de Andrade – José de Andrade, é um açoriano que se desdobra em mil por todas as geografias de dentro do universo insular e para além... pelo mapa do mundo onde vicejam as comunidades açorianas.
Seu sorriso simpático e seu jeito franco de estar sempre atento, pronto a ouvir as comunidades açorianas pelo mundo “espalhadas”é um desenho do conhecido perfil do onipresente Diretor das Comunidades do Governo Regional dos Açores.
São quase 40 anos de conhecimento mútuo, de projetos sonhados e muitos realizados, de amizade – respeito, admiração ao jornalista, ao homem público (Deputado, Chefe de Gabinete, funcionário exemplar) e ao cidadão açoriano – pai, avô, um apaixonado pelos Açores, seu torrão natal.
Traz o olhar do cientista social, o afeto repartido “por terras da promissão” a compreender as diferentes formas de ser e estar dos emigrantes açorianos, aquela brava gente e seu grande contributo – seja no Canadá, na bela Montreal e simpática Sainte Therese, a grande Toronto, Winnipeg e Vancouver, seja na Costa Leste dos Estados Unidos onde acontecem as Grandes Festas do Espírito Santo ou na Califórnia das abundâncias, no Havaí e Bermudas, no vizinho Uruguai e por terras do imenso Brasil.
José Andrade, o diretor, o jornalista, o escritor mergulha de corpo e alma na busca de conhecer o mundo açoriano e faz, profundamente.
É o que retrata “TRANSATLÂNTICO As migrações nos Açores”, o seu mais recente livro, fruto de intensa investigação e de experiências pelo muito visto, sentido, compartilhado e vivido.
É um livro que se lê com o coração cheio da ardência das caldeiras e os pés mergulhados nas terras de lavas, ou num mar de sentimentos indeléveis, de memórias guardadas e desvendadas por José Andrade em sua “dobadoira infinita”, parafraseando o poeta Eduíno de Jesus.
Transatlântico oferece um conteúdo de grande abrangência e de inegável riqueza de documentos, informações e de dados investigados à exaustão pelo desejo ímpar de dar a conhecer de maneira completa tudo sobre as Migrações dos Açores documentadas anos a fio em incontáveis intervenções e publicações do seu autor em diferentes momentos e meios de comunicação social. É um livro de excelente composição gráfica e artística, sobressaindo a arte fotográfica e iconográfica da Nova Gráfica, o selo das Edições Letras Lavadas, de Ponta Delgada.
Com sua leitura pode-se compreender o fenómeno sociológico “das migrações dos açorianos de todas as gerações e geografias”, citando palavras do Presidente José Manuel Bolieirono Prefácio.
Não tenho conhecimento de recente publicação de tamanha envergadura histórica, geográfica, cultural, prenha de humanidade como a obra assinada por José Andrade, Diretor Regional das Comunidades,
Aqueles curiosos e interessados em saber:  por que 275 anos depois Santa Catarina no sul do Brasil ainda é tão açoriana? Como o imaginário histórico-cultural do mundo insular dos Açores permanece entre nós? Como se sustenta? Respondo “na lata” Basta lerem“TRANSATLÂNTICO As migrações nos Açores”ou embarcarem neste imenso belo transatlântico com cerca de 50 textos e mais de 200 páginas. Ali, vão encontrar a resposta a seus questionamentos e compreender a nossa “açorianidade catarinense”
Vale a pena ler e navegar sobre as ondas das migrações açorianas nesta obra apaixonante de um autor apaixonado pelo que faz.
Bem haja!

(texto apresentado na sessão de autógrafos,
Academia Catarinense de Letras, 30/11/2023)

Lélia Pereira Nunes*
*Presidente da Academia Catarinense de Letras,Cadeira 26;
Investigadora/Researcher - CHAM-Açores/ Nacional;
Universidade da Madeira  UMA Portugal.
Vice Presidente do Conselho Municipal de Educação;
Associação Portuguesa de Escritores - APE.

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