Diário dos Açores

Famílias açorianas continuam a deparar-se com taxas de juro altas para habitação

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As famílias açorianas que ainda conseguem ir à banca pedir informações sobre as taxas de juro para habitação continuam a deparar-se com juros altos e a encontrar dificuldades a renegociar o crédito, caso já o possuem.
Em Novembro a taxa de juro das casas subiu para os 4,524%, um aumento superior em 9,1 pontos base (p.b.) face aos 4,433% verificado no mês anterior, o que representa o valor mais alto desde Março de 2009, segundo os dados agora revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Analisando os contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu pela primeira vez nos últimos 20 meses, passando dos 4,380% em Outubro para os 4,366% em Novembro, uma descida de 1,4 p.b..
Para o financiamento de compra de casa, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 4,497% (+8,9 p.b. face a Outubro). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu 1,1 p.b. face ao mês anterior, fixando-se nos 4,353%.
Olhando para a totalidade dos contratos, o valor médio da prestação subiu um euro, para 396 euros, mais quatro euros que no mês anterior e mais 108 euros que em Novembro de 2022 (aumento de 37,5%). Deste valor, 240 euros (61%) correspondem a pagamento de juros e 156 euros (39%) a capital amortizado. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu 11 euros face ao mês anterior, para 655 euros em Novembro (aumento de 29,2% face ao mesmo mês do ano anterior).
De notar que pelo segundo mês consecutivo registou-se uma redução da taxa de variação homóloga do valor médio da prestação face à observada no mês anterior (40,5%).
No mês em análise, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 252 euros face ao mês anterior, fixando-se em 64 438 euros. Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi de 126.115 euros, mais 1.012 euros do que em outubro.

Descidas em 2024?

Pelo que se vai vendo, nem tão cedo poderá haver descidas abruptas dos juros.
Com efeito, o corte das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu só deverá efectivar-se com a estabilização da taxa de inflação abaixo de 3%, de acordo com a análise de três membros do Conselho do BCE que contrariaram  as previsões relativamente a um corte do BCE em 2024.
Yannis Stournaras, membro do Conselho do BCE e governador do banco central da Grécia destacou que o BCE só deverá aliviar a política monetária se a inflação se sustentar abaixo dos 3%, pelo que a previsão para o início das descidas de juros já em Março estará dependente desta estabilização.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juro inalteradas, como esperado pelos mercados.
 O BCE justificou a decisão com o risco de a inflação poder vir a subir temporariamente no curto prazo. As projecções apontam para uma redução gradual em 2024 para atingir os 2% em 2025.

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