Deputado do Chega anuncia novo acordo e remodelação no Governo
Diário dos Açores

Deputado do Chega anuncia novo acordo e remodelação no Governo

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O deputado do Chega nos Açores disse ontem que “nada está fechado” quanto ao Orçamento para 2022, dependendo de negociações em curso, incluindo para um novo acordo parlamentar, e de o partido ser tratado “com respeito”, regional e nacionalmente.
“Estamos em crer que as negociações que ainda decorrem com o Presidente do Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM podem resultar em compromissos sérios. Mas, para que tal aconteça, exigimos que comecem a tratar o Chega com o respeito que merece. E refiro-me às relações tanto nos Açores como a nível nacional. Ou entendem que somos um partido confiável ou não contem connosco”, afirmou José Pacheco, em conferência de imprensa em Ponta Delgada.
Dizendo ter o apoio do líder nacional do Chega, Pacheco afirmou que o acordo de incidência parlamentar com os partidos de coligação “vai ser rasgado”, “não foi bem feito” e vai ser revisto, recusando, contudo, precisar do aval do representante da República.
“O acordo vai ser rasgado. O acordo acaba de ser rasgado. O acordo não está bem feito. Tenho tido esta conversa com o Presidente do Governo Regional. Ele abriu o diálogo e algumas pessoas do Governo que têm trabalhado comigo em alguns aspectos”, observou.
Quanto à necessidade de esse acordo ter o aval do representante da República, o deputado único do Chega alertou que os Açores são uma região autónoma.
“O representante da República, neste caso, não tem papel nenhum. Sou um autonomista convicto e não admito que o representante da República ponha o bedelho num acordo entre dois partidos. Mandamos-lhe um e-mail com o novo acordo”, afirmou.
José Pacheco anunciou ainda que vai haver uma remodelação no Governo, uma das condições que impôs à coligação.
“O custo da máquina do elenco governativo regional continua a engordar e é preciso parar com isso. O Governo precisa ser reduzido o quanto antes: É necessária, para ontem, uma remodelação governativa. Tenho hoje, contudo, a garantia do Presidente do Governo Regional dos Açores de que esta remodelação está para breve”, anunciou o deputado.
“Por outro lado, começou também a ser trabalhada, em concertação com o Chega, uma proposta de redução do endividamento da Região, e que já nos deixa mais confortáveis”, acrescentou.
A decisão final do deputado do Chega será anunciada na Quarta-feira, um dia antes da votação final do Orçamento Regional no Parlamento.

 

Bolieiro: “Não há mais conversações com o Governo. Agora é no Parlamento”

 

“As questões são de carácter parlamentar. Da parte do Governo está tudo resolvido”, afirmou ontem Bolieiro em reacção à conferência de imprensa do deputado do Chega.
 “O Governo fez tudo o que tinha de fazer relativamente à preparação de um Orçamento e de um Plano que pudesse merecer consensos e que, sobretudo, servisse bem a governação dos Açores”, insistiu o Presidente do Governo.
“Fizemos, da nossa ante-proposta para a proposta, as alterações que correspondiam a um consenso que permitiu ter um Plano e Orçamento, à informação à data, compatível com a boa governação para os Açores. De resto, nada mais a dizer. A cada a um a sua responsabilidade”, notou.

 

Ventura volta atrás e diz que está “em sintonia”

 

André Ventura, líder do Chega, afirmou, ontem, que a decisão de retirar o apoio parlamentar ao Governo dos Açores “não está fechada” e garantiu “total sintonia” com o deputado do partido na Região, José Pacheco.
Reagindo numa declaração em vídeo à conferência de imprensa do deputado único do Chega nos Açores, André Ventura disse que “o cenário (...) não está fechado, vamos continuar a articular, vamos continuar a trabalhar e vamos continuar juntos a exigir aquilo que foi acordado com o Chega e aquilo que é também a exigência da população nos Açores”.
O dirigente do partido reiterou que o “Chega chegou a um ponto de saturação face ao PSD nacional e regional”, acusando o Governo regional açoriano de falhar em “coisas básicas como compromissos na luta contra a corrupção, reduzir o tamanho do Executivo e os gastos com os cargos políticos, compromissos na forma de relação entre os dois partidos”.
“Conforme deixou muito claro o deputado José Pacheco, as coisas não estão neste momento encerradas, mas há um claro nível de saturação entre o Chega e o PSD e há exigências muito claras que, a não serem cumpridas, determinarão o voto contra do Chega ao Orçamento do Estado e à viabilidade deste Governo açoriano”, referiu.
Ventura afirmou também que, no partido, “há uma articulação plena e harmoniosa a nível regional, autárquico e nacional” na “defesa daquilo que é o projecto do Chega”.
“Não cederemos um milímetro nem aceitaremos chantagem, estaremos firmes nessa defesa e é isso que continuaremos a fazer: ou há uma mudança ou a nossa atitude será sempre firme na defesa das populações, dos valores em que acreditamos, mesmo que isso tenha custos políticos”, frisou.

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