Bolieiro nos EUA não dá garantias da operação da SATA em Boston
Francisco Resendes

Bolieiro nos EUA não dá garantias da operação da SATA em Boston

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O presidente do Governo Regional dos Açores presidiu, domingo, ao almoço comemorativo do 30º aniversário da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, que teve lugar no Centro Cultural em Fall River e em que marcaram presença diversas entidades municipais e estaduais e ainda representantes das mais diversas organizações lusas da Nova Inglaterra.
O chefe do Executivo Açoriano, que veio aos EUA acompanhado do vice-presidente Artur Lima, do diretor regional das Comunidades, José Andrade e de Rui Faria, presidente da Associação dos Emigrantes Açorianos,  aproveitou a sua estadia nos EUA para avistar-se com empresários luso-americanos, dirigentes associativos - na manhã do passado sábado no Centro Cultural de Santa Maria em East Providence - e ainda com altas entidades municipais e estaduais - no restaurante O Dinis, num encontro em que marcaram presença o governador de RI, Daniel McKee, o presidente da Câmara Municipal de East Providence, o açordescendente Roberto Silva e ainda o congressista federal David Ciciline.
Na sua visita a New Bedford, Massachusetts, o presidente do GRA enalteceu a forma como a comunidade portuguesa e açoriana mantém as suas raízes, ao mesmo tempo que se integra no processo cívico e político no país de acolhimento, salientando o sucesso individual e coletivo nos vários ramos de atividade.
“É uma enorme honra estar aqui com a comunidade portuguesa maioritariamente açoriana, em New Bedford, que prestigia o nome de Portugal e da Região Autónoma dos Açores pelo sucesso que cada um alcançou nesta terra de acolhimento com as suas iniciativas e atividades de sucesso, tal como este belo espaço que representa o sucesso empresarial de alguém como muitos outros que aproveitaram as oportunidades que este grande país proporciona... Por isso quero felicitar a todos”, disse José Bolieiro na sua intervenção no DeMello International Center, em New Bedford, ao fim da tarde de sábado.
“Esta é uma comunidade que honra, prestigia o nome de Portugal e dos Açores pelo sucesso que cada um alcançou nesta terra de acolhimento, de forma individual, com as suas famílias, empresas e atividades e ainda pela forma como esta comunidade preserva as suas raízes e a sua identidade”, referiu Bolieiro.
Um dos temas abordados pelo governante açoriano foi as relações com a diáspora.
“Queremos desenvolver uma relação cada vez mais intensa com a nossa diáspora e estamos disponíveis para receber todas as aportações que possam potenciar o desenvolvimento da Região mas também de toda a comunidade açoriana e descendente de açorianos espalhados pelo mundo”, sublinhou o governante açoriano.

SATA: sem garantias,
mas confiante

Outro dos temas abordados foi a atual situação difícil da SATA, com o presidente a garantir o total apoio do seu governo no sentido de procurar uma solução, de acordo com os regulamentos e parâmetros da Comunidade Europeia na busca de um plano sustentável para a empresa.
Bolieiro não deu garantias de nada, sobretudo em relação à SATA Internacional e a sua operação na América do Norte (Boston e Toronto), mas mostrou-se confiante na continuidade desta rota.
“Estamos neste momento a estudar um plano de financiamento para a SATA e no que se refere à ligação com a nossa diáspora estamos em crer que é para continuar”.
O presidente do Executivo açoriano enumerou algumas das medidas postas em prática na Região, designadamente a introdução da Tarifa Açores, que não só tem promovido uma identidade açoriana mais forte como tem sido benéfico para um maior conhecimento dos açorianos da sua terra e para o desenvolvimento económico das restantes ilhas nomeadamente em sectores como  a hotelaria e restauração.
“Só se ama o que se conhece”, justificou, lembrando que, com esta medida, qualquer residente nos Açores pode visitar duas ilhas diferentes por um preço máximo de até 60 euros, ida e volta... Os Açorianos precisam de oportunidade de se conhecerem e conhecerem as várias ilhas. Isso faz-se, acima de tudo, pela via aérea”, referiu.

Descontaminação dos terrenos da base militar das Lajes

A descontaminação dos solos e dos aquíferos nos terrenos adstritos à base militar das Lajes foi outro assunto abordado, com o vice-presidente do GRA, Artur Lima a declarar ser “muito expectante” com a próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente, a suceder dia 17 deste mês de dezembro.
“É um processo de luta permanente, de negociação diplomática, que envolve a Região e o Estado Português, e temos de ser muito determinados na nossa intenção de mitigar a contaminação”, embora sempre com atenção ao relacionamento entre Portugal e os Estados Unidos da América.
“Temos de ser determinados e duros na negociação, essa é a minha postura”, prosseguiu o Vice-Presidente do Governo, que acrescentou que, para o XIII Executivo Regional, “primeiro está a saúde” dos Açorianos, “acima de qualquer diplomacia”.
Os norte-americanos, reconheceu, deram um “passo pequenito” na Bilateral tida no verão, com a garantia da realização de um estudo sobre a situação da contaminação de solos e aquíferos, mas haverá, da parte dos Açores, uma “postura mais exigente” na procura de uma solução que permita “mitigar” o problema.
“Não é uma solução nada fácil, é muito complicada”, concluiu Artur Lima.

Apresentação de livro
sobre a emigração açoriana
para os EUA

Depois do encontro em New Bedford, José Manuel Bolieiro, Artur Lima  e José Andrade, deslocaram-se à Casa dos Açores da Nova Inglaterra, em Fall River, para o lançamento do livro sobre a emigração Açoriana para os EUA (“Volume 1 — De Colombo à Primeira Guerra”), editado pela Associação dos Emigrantes Açorianos e de autoria de Eduardo Pereira Medeiros, com Onésimo T. Almeida a fazer a apresentação do livro e em que intervieram ainda Rui Faria, presidente da Associação dos Emigrantes Açorianos, José Manuel Bolieiro e o próprio autor, Eduardo Pereira Medeiros, que no final da sua intervenção salientou: “Este livro é dos açorianos, sobre os açorianos e para os açorianos”, numa noite que teve ainda a abrilhantar musicalmente o músico açoriano João Moniz.
Na manhã de domingo, José Bolieiro e restante comitiva teve um contacto com representantes dos órgãos de comunicação social que servem as comunidades açorianas, num pequeno-almoço no Café Zara, em East Providence, propriedade de um jovem casal açordescendente.
“Envio um abraço a cada um de vós e que significa um muito obrigado por serem quem são e por nos receberem também e por manterem esta forte ligação com a terra de origem através da preservação da nossa raíz e identidade saindo da ilha mas a ilha não saiu da alma de cada um”, começou por referir  José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos Açores, durante a sua intervenção no almoço que assinalou os 30 anos de existência da Casa dos Açores da Nova Inglaterra.
Frequentemente interrompido pelos aplausos das cerca de três centenas de pessoas que marcaram presença no banquete comemorativo do 30º aniversário da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, Bolieiro sublinhou a importância da CANI na identidade e afirmação açoriana em terras dos EUA.
“Quero saudar o atual presidente da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, Francisco Viveiros, toda a direção, associados e amigos desta casa e ainda todos os anteriores presidentes que tiveram a coragem e ousadia de fundar esta casa, uma verdadeira embaixada da açorianidade e que muito tem contribuído para a divulgação da nossa cultura”, referiu ainda o governante açoriano, tendo concluído a sua intervenção com um apelo e desafio:
“Que continuem com esse entusiasmo e essa força de manter viva esta autêntica embaixada da açorianidade e lançar aqui este desafio aos atuais dirigentes da CANI e também ao Executivo açoriano a responsabilidade que temos de passar este legado às novas gerações, garantir que os mais jovens não percam a nossa raiz num desafio que, confesso, ser muito difícil e complexo mas temos de acreditar ser possível”, concluiu José Bolieiro perante os aplausos vivos dos presentes.

 

Por Francisco Resendes, nos EUA, especial para “Diário dos Açores”

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