O nosso amigo Heitor
Osvaldo Cabral

O nosso amigo Heitor

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Editorial

Diz o nosso povo que o frade não leva três em capelo.
Pois o Ministro da Ciência, Manuel Heitor, já comeu de cebolada os nossos políticos regionais por três vezes, sem tugir nem mugir.
A primeira vez foi há quatro anos, quando o inefável ministro foi a uma conferência internacional, a propósito do Azores Air Center, para trazer um supercomputador, que acabou por ser entregue... à Universidade do Minho!
O Secretário Regional de então serviu apenas de bagageiro do ministro, mas ninguém viu o governo regional  a protestar.
O único que manifestou a sua surpresa e protesto foi o reitor da Universidade dos Açores, que deve conhecer o ministro de ginjeira, já que foi enganado pela segunda vez.
Foi exactamente em fevereiro de 2020, quando Manuel Heitor veio a Ponta Delgada para assinar um contrato-programa com a Universidade dos Açores, no valor de 1,2 milhões de euros anuais, sob a égide de Vasco Cordeiro, mas até hoje nem um cêntimo chegou às mãos do reitor da academia.
Vasco Cordeiro agora protesta, porque o ministro chamou de “incompetente” ao seu governo, mas o Presidente do PS já vai tarde, pois foi ele que deu o palco todo ao ministro para brilharem ambos politicamente.
Agora estão a pagar a factura dos desmandos.
Bolieiro vai pelo mesmo caminho, pois em vez de travar este ímpeto do ministro à nascença - que é enganar os açorianos a todo o tempo -, até lhe chama “meu caro amigo”.
Amigo de quem?!
Chamar amigo a um ministro que acaba de propor uma alteração legislativa, que retira o poder aos Açores na área espacial?
E que chama também de “incompetente” o governo de coligação?
Esta demanda do ministro é um padrão frequente no governo de António Costa, o primeiro-ministro mais centralista de sempre - como reconheceu a própria Ministra da Coesão (eles lá se conhecem todos!) -, ultrapassando mesmo as diatribes do tempo de Passos Coelho.
A alegria desta gente é que está habituada a políticos frouxos na nossa região, porque o que estamos a precisar é de uma Brianda Pereira ou Padeira de Aljubarrota.
Quanto ao ministro, o nosso amigo Heitor, vai continuando a fazer das suas, como se viu em mais esta  semana na visita àquela inutilidade chamada Air Center.
Todo este “show-off”, habitual neste ministro, num governo de gestão. Imagine-se se ainda estivesse ministro a todo o gás....
Pelos vistos só nos vamos livrar dele depois de 30 de janeiro.

 

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