Investir nas Artes  é acreditar num Futuro Próspero
Terry Costa

Investir nas Artes é acreditar num Futuro Próspero

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“Quando se investe num artista, num projeto artístico, num festival de artes, estamos a apostar num futuro próspero. Através  da criação, do desenvolvimento e da apresentação de artes estamos a fortalecer um povo, apostando na sua educação e no desenvolvimento do pensamento crítico. Contribuímos para o enriquecimento do Ser Humano. Ao mesmo tempo, tal investimento favorece uma economia local.” Embaixador do Pico Terry Costa

 

Os Açores são uma região riquíssima em talentos artísticos, o corpo e a vida da nossa sociedade que marcam e marcarão uma nova era socioeconómica. Esses talentos necessitam de um impulso para se manifestarem, de modo a que brotem frutos que alimentem a mente.
Se temos os recursos humanos, as qualificações e, especialmente, a vontade da cidadania, faz todo o sentido investir, com pompa e circunstância, no setor artístico. É através da cultura artística que conhecemos muitas das civilizações que existiram antes de nós! Então, por que não marcarmos o nosso tempo de passagem por esta terra e deixarmos um legado para o futuro?
Quando se investe num artista, num projeto artístico, num festival de artes, estamos a apostar num futuro próspero. Através da criação, do desenvolvimento e da apresentação de artes estamos a fortalecer um povo, apostando na sua educação e no desenvolvimento do pensamento crítico. Contribuímos para o enriquecimento do Ser Humano. Ao mesmo tempo, tal investimento favorece uma economia local. Um investimento na cidadania próxima vai mais além do que qualquer promoção no exterior.
Este raciocínio inunda-me de contentamento e consigo visionar o potencial das nossas ilhas através da candidatura de Ponta Delgada a Capital Europeia da Cultura - uma capital que abraça a Região no seu todo. Porém, o potencial não é suficiente! Pensar que um dia poderão atribuir-nos este prémio de investimento na cultura é quase como planearmos o que faremos quando ganharmos a lotaria. Por isso, para mim, o mais importante é, na verdade, este processo de preparação. Estamos a possibilitar a oportunidade de conhecermos melhor as ilhas e quem nelas constrói uma vida na área cultural, realidade que poucos conhecem. Espero que este processo não só ajude os açorianos e as açorianas a se conhecerem, mas que, para além disso, fortaleça a união entre as ilhas, os seus agentes culturais e as pessoas que constroem arte nestes ilhéus. Se temos esta oportunidade, não a deixemos escapar!
Como Embaixador da ilha do Pico para o Azores 2027, visitei várias escolas para conversar com os jovens sobre este novo movimento que está a acontecer nos Açores. E é um movimento porque estamos a mobilizar pessoas para o diálogo e para o debate e estamos a erguer planos, focados em construir o futuro.
O Pico quer mais! O Pico está disposto a trabalhar, como as suas gentes o têm feito desde que se lembram. Aqui há pessoas que fazem muito e com muito pouco! Se da lava se construiu floresta e se da pedra se fez vinho, também seremos capazes de obter sucesso nesta nova era cultural. Desde o desenvolvimento das tradições aos conceitos mais contemporâneos, o Pico nunca teve medo de investir em paixões. Os Picoenses têm o sentido de aventura nos seus genes e, por isso, continuam a investir em novos negócios, em novas ideias e em novos experimentos, mesmo em tempos de pandemia. E se os nossos avós e os nossos pais conseguiram criar, os nossos jovens também têm essa possibilidade e essa capacidade com as suas empreendedoras ideias. Os jovens estão dispostos a levar avante esta iniciativa e este novo período cultural.
E os mais experientes? Esses já fizeram muito pela nossa terra e ainda podem fazer mais, transmitindo as suas experiências às novas gerações, através da partilha altruísta. Permitindo que a palavra, as ideias e os seus conhecimentossejam transmitidos aos mais novos, estamos a construir e a facultar a oportunidade de que as tradições consigam ter continuidade. Nesse sentido, esta candidatura mostra-nos, cada vez mais, a importância de trabalharmos juntos para alcançarmos o maior sucesso possível, quer a nossa candidatura seja a seleccionada ou não. Isto porque o importante é o processo! O essencial é como pretendemos alcançar o objetivo!
O investimento local e regional nas artes é tão importante como o investimento em qualquer outro setor. Investir nas artes é investir nos seus artistas, nas pessoas e nas suas ideias. Por isso, eu invisto neste movimento. Esperamos que esta candidatura nos ajude a dar uns passos em frente no setor cultural e que esta revele as potencialidades internas dos Açores, e que favoreça a Região, levando-a além-fronteiras. Há muito trabalho a fazer! Que se chegue à frente quem deseja construir!

 

* Terry Costa é artista, encenador, produtor de projetos artísticos e ativista.
É CEO da Néveda Ent..
Diretor artístico da MiratecArts.
Promotor do Plano Nacional das Artes.
Embaixador na ilha do Pico do Azores 2027.

 

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