Vergonha, vergonha,  vergonha RTP-Açores
Chrys Chrystello

Vergonha, vergonha, vergonha RTP-Açores

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Desde há muito que defendo a RTP A pela sua importância na coesão territorial e na dissipação de bairrismos insulares. Ultimamente – porém – são umas atrás das outras: a “perseguição” ao HDES, a bronca do discurso de Natal e agora a pior, o desrespeito pela passagem de ano. Mesmo países que não seguem o calendário gregoriano, R P da China, e Emirados por exº, há muito que celebram a passagem do ano no calendário gregoriano, mas a RTP Açores quiçá armada em defensora do politicamente correto aboliu, pura e simplesmente a passagem de ano. Transmitiu um programa a que poucos terão tido a pachorra de seguir e já depois da meia-noite deu-nos música, sem contagem de minutos no virar do ano.
Inicialmente pensei que teria sido tomada pelos talibãs ou Ísis, mas como estes são contra todas as formas de entretenimento deduzi que não teriam sido eles. Talvez extraterrestres que não gostam de celebrações pagãs, mas não vi nave-mãe nos céus. Só podia ser pelo centralismo parolo que considera apenas Ponta Delgada e Angra e esquece as outras cidades e vilas, e como não havia fogo em nenhuma delas, a RTP Açores decidiu que o melhor era não mandar os seus repórteres e operadores de câmara a cidades secundárias como a Ribeira Grande e Lagoa… felizmente que neste mercado da comunicação social existe a CNN (ex-TVI) e a CM que nos deram o fogo-de-artifício naquelas urbes.
Foi graças a esses dois órgãos de comunicação ibéricos que assisti ao que se passava nesta ilha que adotei como minha em 2005 e a eles agradeço os minutos em que visitaram as ilhas deste arquipélago que habito. Devo, para bem da verdade, salientar que na minha longa vida setuagenária as piores passagens de ano, em termos televisivos, foram sempre as da RTP Açores, mas que este ano ignorasse totalmente as doze badaladas só pode ser atribuído a um surto coletivo de SARS-COV2 que impediu toda a gente de assinalar a passagem de ano, ou então demitiram-se todos nessa noite e não havia ninguém disponível no estúdio para comer as doze passas e erguer a taça de espumante.
Em mais de 50 anos de jornalismo em Portugal, Timor, Macau, Austrália e outros países nunca vi maior insulto e este desrespeito inacreditável pelas 236 657 pessoas registadas no último Censo de 2021.
Se não foi nenhuma razão das que atrás enumerei, espero que se demitam agora e não espero menos do que isso.

 

*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713
[Australian Journalists’ Association - MEEA]

 

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