A Assembleia dos Açores rejeitou uma proposta do PS para que os estudantes deslocados acedessem “livremente” à vacinação da dose de reforço contra a Covid-19, o que causaria uma “injustiça” segundo o Governo Regional.
A proposta foi reprovada com os votos contra do PSD, CDS-PP, PPM, Chega, IL e deputado independente, tendo tido a abstenção do BE e os votos a favor de PS e PAN.
Na apresentação do diploma, o deputado do PS Vílson Ponte Gomes defendeu que os “estudantes açorianos deslocados não devem nem podem ser excluídos” do processo de vacinação contra a Covid-19.
“Esta iniciativa propõe garantir que os estudantes açorianos deslocados não sejam prejudicados em qualquer processo de vacinação por estarem deslocados, podendo aceder livremente quer à vacinação no local da sua residência temporária quer à vacinação no regresso à sua ilha de residência”, afirmou o socialista.
A proposta em causa, originalmente da autoria do CDS-PP, foi acolhida pelo PS no plenário de julho de 2021, depois de ter sido retirada pelos centristas antes da discussão.
Vílson Ponte Gomes disse que, na proposta de substituição integral, o PS decidiu “ampliar a abrangência dos grupos-alvo”, incluindo “todos os estudantes deslocados, sejam de ensino universitário ou pré-universitário, não fazendo nenhum tipo de discriminação”.
Da parte do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), o Secretário da Saúde, Clélio Meneses, destacou que o processo de vacinação está a decorrer de “forma previsível, rigorosa, planeada e atempada”.
“Esta vossa proposta iria criar uma injustiça. Todos os dias chegam-nos pedidos de sectores de atividade para que sejam vacinados prioritariamente (…). Não deverá haver nesta fase nenhuma priorização sectorial, mas apenas o cumprimento das faixas etárias. Priorizando o que sempre foi priorizado: vacinar os mais vulneráveis”, afirmou.
Caso fosse aprovada a proposta socialista, Clélio Meneses disse que um “qualquer estudante de 18 anos podia ser vacinado” primeiro do que um “professor de 39 anos”: “é preciso ter rigor e transparência”, assinalou.
O líder do PS/Açores e antigo Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, defendeu que a proposta era “actual, adequada e necessária”.
A deputada do PSD Ana Quental advogou que a vacinação deve proteger os “mais vulneráveis”, enquanto a líder parlamentar do CDS-PP, Catarina Cabeceiras, enalteceu a forma como está a decorrer a vacinação na Região.
Paulo Estêvão, do PPM, disse que “nunca se pode aceitar uma planificação rígida” no processo de vacinação, enquanto a deputada do BE Alexandra Manes alertou para as “preocupações” da população face à “desorganização” no processo de vacinação na Região.
O deputado Pedro Neves, do PAN, aprovou a proposta porque “não tem nada de mal” e “não pesa a ninguém”, enquanto o independente Carlos Furtado votou contra porque é “um não assunto”.