Termino aqui esta série de “missivas-postais” em 9 episódios, tantas quantas as ilhas dos Açores.
Entre tanta maravilha, tanto deslumbramento, também há olhos para o resto. Não necessariamente mau ou permanentemente mau. Ou mesmo não mau de todo. O contraste com o expectável ou habitual fazem-nos vacilar: c’um.... corisco!
Mas depois tudo se explica:
Nas cidades, vilas ou lugares, a reconstrução é aplaudida, elogiam-se as casas bonitas, os passeios arranjados. Mas poucas vezes nos lembramos o que pregava Lavoisier... e quando tudo se transforma, há que transformar qualquer coisa (ou lugar).
Um velho cetáceo aguarda que alguém o resgate. Se tal foi possível com os marinhos, porque não comos terrestres? Mas, na sua espera, o cetáceo acumula imerecidos restos que o desonram.
Primeiro veio o choque: mas isto é uma piada? Ainda tentei consolar a ira com um ângulo baixo. Só uns dias depois, quando a estrutura de compôs e se transformou num palco - e veio a noite -, pude apreciar, pela voz da Cristina Maria (também escultora), a razão de ser de tal “adorno”.
Por fim, numa fajã. Há sinais evidentes de recuperação, de reconstrução, de melhoramentos: a novaestrada, as lindas casas, os cuidados caminhos, o carinho com que se evoca a sua História. Tudo isso meimpede de queixar que persista um testemunho - valente, resistente - de outros tempos.
Açores, até um dia. Hei-de voltar.