Na sequência da decisão do Secretário Regional da Saúde e Desporto no sentido de o Hospital da Horta assegurar apoio aos doentes deslocados do Pico no caso de estes serem afectados pela greve da Atlânticoline, o Governo dos Açores esclareceu que os doentes com origem em São Jorge que têm de pernoitar na ilha do Faial por causa da referida greve beneficiam do regime geral do doente deslocado, recebendo a respectivo apoio monetário diário nos termos normais, não sendo, por isso, necessário determinar qualquer medida excepcional para o efeito, para além do apoio que a unidade hospitalar em causa deverá conceder aos doentes deslocados que inclui a correspondente pernoita.
Clélio Meneses, a este propósito, assegura que “nenhum doente dos Açores será discriminado pelo seu local de residência ou por qualquer decisão deste Governo”, lamentando que “alguns, mesmo sem procurar informação sobre o que realmente se passa, façam uso indevido da doença para fins políticos, visando, apenas criar agitação, dúvidas e intranquilidade naqueles que mais precisam do apoio da sociedade”.
Atendendo à greve da Atlanticoline e ao impacto da mesma junto dos doentes que se deslocam do Pico ao Faial, o Secretário Regional da Saúde e Desporto, determinou na Segunda-feira que o Hospital da Horta providencie um espaço destinado a acomodar os utentes que aguardam viagem de regresso ao Pico.
Para minimizar ainda mais o constrangimento, foi também determinado que aos utentes que utilizem o espaço seja servida uma refeição.
Resposta ao PS
Esta é uma resposta a uma nota do PS sobre esta matéria.
Com efeito, Isabel Teixeira, deputada do PS, declarou que “é inconcebível que o Governo Regional discrimine os doentes de São Jorge que têm de se deslocar à ilha do Faial. É inqualificável o anúncio feito, esta Segunda-feira, pelo Secretário Regional da Saúde, determinando que o Hospital da Horta deve providenciar um espaço para os utentes do Pico e nem uma palavra tem para dizer aos jorgenses”.
A deputada do PS/Açores, que através de requerimento divulgado na semana passada já tinha alertado para os graves constrangimentos provocados aos utentes que têm de se deslocar de São Jorge para o Faial por questões de Saúde, não esconde a sua indignação pelo facto deste Governo “continuar a ignorar as necessidades e reivindicações dos Jorgenses”.
“Que acompanhamento tem sido prestado aos utentes de São Jorge que precisam de se deslocar ao Hospital na ilha do Faial, sem que tenham assegurado o regresso a casa”, foi a questão colocada pela parlamentar que o Governo Regional continua a ignorar.
“Esta não é forma de se tratar ninguém, muito menos quem está mais fragilizado por motivos de saúde”, desabafa. “O Governo não nos responde sobre o que está a fazer para ultrapassar as consequências de uma greve, que apesar de ser legitima está a afetar as pessoas e agora, assistimos a este anúncio de uma suposta solução que simplesmente ignora os jorgenses”.
Isabel Teixeira reitera “a necessidade de o Governo Regional agir e assumir as suas responsabilidades”, quer perante os doentes, quer também perante os estudantes e profissionais que, por causa do diferendo entre trabalhadores e empresa, só se podem deslocar ao Faial uma vez por semana. “A situação dos jorgenses que estudam ou trabalham no Pico ou no Faial também está cada vez mais insustentável, tendo em conta que só conseguem estar junto das suas famílias durante 24 horas, ao fim de semana uma vez que as ligações assumidas nos serviços mínimos só asseguram uma viagem por dia”, questionou.