Programa ProSucesso “falhou de forma geral”
Diário dos Açores

Programa ProSucesso “falhou de forma geral”

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O coordenador da avaliação externa do ProSucesso, João Cabral, considerou, na Assembleia Regional, que aquele programa educativo açoriano implementado em 2015 “falhou de forma geral”, porque quis abranger todos os ciclos de ensino.
Ouvido na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia dos Açores, a pedido do PSD, o responsável pela avaliação do programa considerou que o ProSucesso “falhou de forma geral”, porque teve a “grande falha” de procurar abranger toda a comunidade escolar.
“No geral, o ProSucesso falhou, mas foi porque queria abranger todos os ciclos ao mesmo tempo. Todas as estruturas da escola. Na prática, ao nível do ensino, ao nível social, todas as áreas agregadoras da sociedade não conseguiram produzir o mesmo resultado”, afirmou.
Criado em 2015 pelo Governo Regional liderado pelo PS, o Plano Integrado de Promoção do Sucesso Escolar, designado por ProSucesso, visava a redução da taxa de abandono precoce da educação e o aumento do sucesso escolar em todos os níveis e ciclos de ensino.
João Cabral alertou que “nem todas as componentes” do programa falharam, uma vez que o ProSucesso teve um “impacto positivo” ao nível do primeiro ciclo.
“Chamo a atenção de que, na parte final do relatório, é dito que conseguirmos verificar que, no primeiro ciclo e no pré-escolar (…) o ProSucesso teve um grande impacto, apesar das debilidades científicas na distribuição da matemática e do português”, assinalou.
O deputado do PS Rodolfo Franca evocou críticas de professores ao relatório em causa e questionou se “não era melhor” assumir que aquele relatório estava incompleto, uma vez que não foram “ouvidas algumas partes”, como a Inspecção Regional de Educação.
“O que foi possível avaliar está avaliado. O que não foi, não está presente”, retorquiu o coordenador da avaliação.
João Cabral alertou para a “grande carga de trabalho burocrático” nas escolas, sugerindo a criação de uma “carreira intermédia na área do ensino para aliviar” a burocracia a cargo dos professores.
“A carga burocrática é o alvo a abater”, afirmou, após questionado pelo deputado do PSD Rui Espínola.
O professor de matemática revelou que o ProSucesso foi encarado por algumas escolas da região como “um espartilho”, uma vez que várias instituições já tinham o seu projeto educativo antes de 2015.
Na mesma comissão, a Secretária da Educação do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), Sofia Ribeiro, realçou que o Executivo foi “totalmente isento” à avaliação externa.
“O Governo Regional não tinha qualquer intenção de comprovar sucessos nem comprovar insucesso. A nossa intenção é sujeitar um plano, assim como os restantes processos educativos, a uma avaliação externa”, afirmou.
Sofia Ribeiro realçou que o relatório concluiu que existiu uma “apreciação mais ou menos positiva” de alguns aspetos do programa educativo.
“Se tivéssemos, desde novembro 2021, uma avaliação externa que fosse francamente negativa e totalmente negativa a um projeto educativo, neste momento já não tínhamos tido qualquer hesitação em rever este processo. Não é este o caso”, concluiu.

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