Graciosa, ilha branca e cheia de graça, como é conhecida, oferece um reino de paz e tranquilidade a quem a visita.
Foi classificada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Reserva Mundial da Biosfera em 2007 pelo Beureu do Conselho Internacional reunido em Paris.
É a ilha mais a norte do grupo Central do Arquipélago dos Açores, com uma forma oval, possui cerca de 61.66 km2 de superfície, 12.5 km de comprimento e 8.5 km de largura máxima. Ao centro destaca-se o Pico Timão até 398 metros de altitude. Sobressai igualmente próximo ao areal da ilha o ilhéu da Praia.
A baixa elevação da ilha confere-lhe um clima temperado e pouca pluviosidade favorecendo uma relativa secura, que associada ao branco das moradias contribuiu para que Raul Brandão lhe intitulasse “ilha branca” na sua obra “As Ilhas Desconhecidas” de 1926.
É neste contexto de beleza natural que podemos visitar e desfrutar da Quinta dos Frutos. A quinta localiza-se em Santa Cruz e caracteriza-se por ser um complexo centenário.
Situa-se na freguesia de Guadalupe no lugar de Vitória e é composta por três unidades liderada por Aldino Melo, graciosense de 84 anos e a sua família.
A sua neta, Inês Melo de 25 anos, associou-se ao negócio da família e modernizou-o ao transpô-lo para a esfera digital.
“Há uns anos eu acabei por ajudar aqui o meu avô, na parte da gestão das reservas. Antes, quando o meu avô começou o negócio, as reservas eram feitas por via telefone e ajudo agora nesta transformação digital, nas redes sociais, nos sites”, explica-nos Inês Melo.
Este projecto teve início há cerca de vinte anos, quando Aldino Melo decidiu restaurar as casas de família, herança dos sogros.
“Há mais ou menos vinte anos o meu avô decidiu restaurar as casas de família.
São três casas, todas no mesmo terreno, em que antigamente a maior casa era a casa de morada dos sogros do meu avô, depois tinha a casa dos animais e a casa da comida dos animais”, indica a jovem proprietária.
A Quinta dos Frutos faz a ligação entre o passado e o presente ao proporcionar uma experiência com conforto e tradição aliados. A pedra negra de origem vulcânica, tipicamente açoriana, reveste as casas, e os jardins de plantas ornamentais e de frutos proporcionam momentos de lazer e descanso onde é possível preparar refeições ao ar livre.
“O meu avô remodelou as casas e transformou uma num T2. Atrás construiu um grande pomar com diversas variedades de frutas. Neste pomar tentou já plantar várias espécies e como o clima da Graciosa é muito bom acaba por ter diversos frutos em diversas alturas do ano”, informa Inês Melo.
“As casas foram remodeladas há vinte anos, mas são casas em pedra, são casas típicas. Oferecemos aos clientes uma vista panorâmica para toda a ilha e para o mar, pois acaba por ser uma encosta. Também podem aqui fazer churrascos, desfrutar de uma latada e da natureza. A quinta está dentro de 7 mil m2”, contextualiza.
“Comecei também a ajudar a receber os clientes estrangeiros porque inicialmente recebíamos muitos clientes estrangeiros. Nos últimos anos tem sido daqui dos Açores, açorianos que querem conhecer as outras ilhas, e pessoas também de Portugal continental e da Madeira.
Ajudei também na manutenção das casas. Agora de momento não estou a viver na Graciosa e o meu pai presta algum apoio. Toda a família acaba por estar envolvida”, expõe Inês Melo.
Na Quinta dos Frutos poderá observar ainda antiguidades graciosenses, que se encontram organizadas num pequeno espaço expositivo, e desfrutar de um extenso pomar com fruta da época e uma excepcional vista para o interior da ilha.
Os hóspedes têm ainda o privilégio de explorar trilhos pedestres privados, acompanhados por guias.
Gilberto Vieira, presidente da Associação Casas Açorianas, aquando da apresentação do “Guia de Turismo em Espaço Rural” em Ponta Delgada, afirmou que a “paixão que une os empreendedores que se lançam de alma e coração nesta aventura do alojamento em espaço rural é contagiosa”, dando o exemplo dos proprietários da Quinta dos Frutos, na pessoa do Sr. Aldino Melo, como um dos pioneiros do turismo rural e de natureza nos Açores, com especial destaque para a ilha repleta de Graça.
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