A Associação de Pescas de Rabo de peixe manifestou-se ontem crítica contra a medida anunciado pelo governo dos Açores sobre a proibição de pescar goraz a partir de ontem.
“Na sequência da comunicação da Direção Regional das Pescas, informando que estava totalmente encerrada a captura da espécie Goraz a partir do dia 10 do corrente, por ter sido atingido o total de capturas previsto para o 1º Trimestre (115 Toneladas), sem que no mínimo se previsse uma percentagem/peso para pesca acessória, os associados da Associação de Pescas de Rabo de Peixe (APRAP) reuniram-me de forma a encontrarem um solução razoável para apresentar ao Governo Regional, para que os pescadores não fiquem durante vinte dias sem uma das mais importantes fontes de rendimento, bem como, para que o mercado internacional não fique privado do fornecimento do Goraz dos Açores durante semanas, o que provocará um impacto negativo na cadeia de valor desta espécie, bem como na “imagem” do peixe dos açores em mercados de difícil acesso”, lê-se numa nota daquela associação enviada ao nosso jornal.
A Associação de Rabo de Peixe lembra que, nos primeiros oito dias de março, capturaram-se cerca de 10T de goraz (incluindo o peixão), sendo o valor médio de cerca de 24 euros/kg, quando no período homologo foi de 13 euros, ou seja, neste momento o mercado está a valorizar, e muito, esta espécie, pelo que a paragem irá retirar rendimento aos pescadores e não terá qualquer tipo de impacto na sustentabilidade de stocks.
Assim sendo, ficou definido que será solicitada de imediato uma reunião com o Secretário Regional das Pescas, onde os pescadores “possam perceber quais os fatores determinantes para que não se transferisse 20 Toneladas para este 1º trimestre - do 2 e do 3º trimestre, 10 T de cada -, ainda para mais quando verificamos, estatisticamente, que a quota anual de 600 toneladas tem sido suficiente, tendo, inclusive, no ano passado crescido 41 T de quota”.
E acrescentam: “Em jeito de conclusão, importa reiterar que, esta paragem em nada contribuirá para a sustentabilidade dos stocks, uma vez que os pescadores não controlam as suas capturas e que nas artes utilizadas, mesmo que não dirigidas ao Goraz, existem sempre capturas acessórias, que, no caso da medida tomada se mantiver, assistiremos a situações já ocorridas quando uma espécie nobre como o goraz é vendida ao desbarato, em mercado paralelo”.