‘Azores Wine Company’ é “Empresa do ano” e ganha o troféu de “Melhor branco de Portugal”
Diário dos Açores

‘Azores Wine Company’ é “Empresa do ano” e ganha o troféu de “Melhor branco de Portugal”

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Foi no passado dia 11 de Março que, pela primeira vez na história de vinhos dos Açores, foram atribuídos ao arquipélago dois dos mais importantes prémios da indústria de vinhos portuguesa: o troféu “Empresa do Ano” e o prémio “Melhor branco de Portugal”.
O primeiro foi atribuído à Azores Wine Company, na ilha do Pico, e o segundo foi atribuído ao ‘Vinhas dos Utras 2019’, produzido também pela Azores Wine Company.
Esta escolha é da Revista Vinho Grandes Escolhas, pelos reputados críticos de vinho: Luís Lopes, João Paulo Martins, Mariana Lopes, Nuno de Oliveira Garcia, Valéria Zeferino, e ainda o Master of Wine Dirceu Viana Júnior, como resultado de mais de 5000 notas de prova.
O ‘Vinha dos Utras’, Primeiros Jeirões 2019, é o vinho mais especial da Azores Wine Company, produzido na ilha do Pico a partir de vinhas velhas, situadas a 50 metros do mar, na zona da Criação Velha, liderando assim a lista dos TOP 30 dos Melhores Vinhos do Portugal, segundo a Vinho Grandes Escolhas.
Os Prémios Grandes Escolhas destacam ainda anualmente o melhor que se faz em Portugal, premiando empresas e pessoas ligadas ao vinho e gastronomia.
O troféu de “Empresa do Ano” foi atribuído à Azores Wine Company.
João Paulo Martins, ao entregar prémio, afirmou: “Existirão no mundo poucos casos como este. Em menos de uma década, uma empresa recém-criada tornou-se o motor do desenvolvimento de toda uma região.”
O jornalista e crítico de vinhos João Paulo Martins acrescentou ainda que a Azores Wine Company é a grande responsável pelo “renascimento dos vinhos dos Açores”.
De notar que a Azores Wine Company tinha no passado recebido o Prémio Produtor Revelação 2016, pela Revista Wine, e António Maçanita os prémios “Singularidade” em 2018 na Revista Grandes Escolhas e também o Prémio Enólogo do Ano 2018 pela Revista de Vinhos, sendo estes prémios uma confirmação do enorme potencial dos vinhos dos Açores e o consolidar de uma trajectória de agora 12 anos de António Maçanita nos Açores.
Por trás desta aventura estão António Maçanita, o premiado enólogo, descendente de açorianos e conhecido por desbravar “novos” terroirs, por  recuperar castas e técnicas de vinificação antigas; e Filipe Rocha, açoriano, economista, mais conhecido pelo contributo para a valorização da gastronomia e produtos dos Açores, através do seu percurso na Escola de Turismo e Hotelaria de Ponta Delgada, de 2004 a 2016, um trabalho de fundo com jovens que hoje são uma nova geração de chefs, sommeliers, bartenders, e outros profissionais do sector turístico da Região.
Uma das faces mais visíveis do seu trabalho foi talvez a criação do festival gastronómico “10 Fest Açores – 10 dias, 10 chefs” que se iniciou em 2012, e que trouxe aos Açores grandes chefs de todo o mundo.
Hoje, Filipe dá continuidade a esse trabalho na Azores Wine Company que além de adega, é hotel e restaurante.
Ao receber o troféu, Filipe Rocha destacou que esta “nova” região já produz vinhos há 500 anos, numa obra monumental de pedra construída pelo homem, com currais que chegaram a cobrir 15.000 hectares e que após a filoxera se reduziram para menos de 1% da área - apenas cerca 120 hectares existiam em 2004, ano em que a Unesco reconheceu a Paisagem da Cultura da Vinha como Património Mundial da Humanidade.
António Maçanita, reforçou a ideia de que uma grande região de vinhos só se faz a partir de uma boa valorização do vinho, que assim permite uma boa valorização da uva e que não se faz nada sozinho - uma região só se constrói com uma dinâmica de vários produtores, antigos e novos.
O enólogo destacou ainda os cerca de 300 viticultores que representam agora mais de 1000 hectares de vinha recuperados, bem como os novos projetos de produção de vinho que já despertam a atenção dos amantes de vinho.

O Vinha dos Utras 2019

Nascido a partir de uma pequena parcela de vinha de 0,89 hectares, com idade entre 60-80 anos, na zona da Criação Velha, na Ilha do Pico, este vinho mostra todo o potencial do terroir único que é o Pico, e que tem vindo a ser reconhecido por vários críticos internacionais: Melhor Branco de Portugal de 2021 pela revista Decanter, cotado com 97 pontos em 100; Pontuação 19 em 20 pelo site Jancis Robinson, um dos mais conceituados do planeta; Presente na lista Best Wines 2021 da Revista norueguesa Livets Goda com 97 pontos em 100; Melhor vinho Branco no “O Desafio de Lisboa”, prova inspirada no famoso “Julgamento de Paris”, de 1976, que em Lisboa colocou frente a frente, “às cegas”, vinhos de Portugal contra grandes vinhos do mundo.
O Vinha dos Utras 2019, ganhou o melhor vinho branco da competição.

A Azores Wine Company

Fundada em abril de 2014, a Azores Wine Company tem desenvolvido um projecto consistente de produção vinhos regionais de qualidade, destinados em grande parte à exportação, quer para o continente português, quer para o estrangeiro, mas também com natural atenção ao mercado local, posicionando os Açores como região vitivinícola de excelência e com forte identidade própria.
Desde de 2014, a Azores Wine Company arrancou um ambicioso processo de recuperação de 125 hectares de vinhas na ilha do Pico, que inclui as já conhecidas castas regionais como o Terrantez do Pico, Arinto dos Açores e o Verdelho e ainda outras castas antigas desconhecidas, como o Malvarisco, Saborinho e outras.
Em 2021, a Azores Wine Company inaugurou a nova adega, restaurante e alojamento na Ilha do Pico, que tem recebido destaque em várias publicações internacionais como a Forbes, New York Times e Financial Times.
Com cinco apartamentos T0 e um apartamento T2, a adega não é um hotel per se, mas sim um espaço que homenageia o vinho dos Açores e que quis recuperar uma tradição das adegas picotas: poder dormir e comer no local onde é feito o vinho!
No restaurante pode-se provar a “terra” e o “mar” dos Açores, seja em Menu de Degustação ou Jantar ao Balcão - duas experiências diferentes que dão vida a um novo conceito de gastronomia na ilha do Pico.
O edifício é rodeado por hectares de currais de muros de pedra vulcânica que protegem as vinhas, declarados Património Mundial da UNESCO em 2004, com o mar a poucos metros e o vulcão misterioso no cenário.

 

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