Centenas de picoenses disponibilizam alojamento  para habitantes de São Jorge que sejam evacuados
Diário dos Açores

Centenas de picoenses disponibilizam alojamento para habitantes de São Jorge que sejam evacuados

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Centenas de picoenses estão a disponibilizar alojamentos para famílias da ilha de São Jorge que possam ser evacuados.
Nas redes sociais foi criado um grupo para o efeito, já com mais de duas mil adesões na tarde de ontem, onde centenas de pessoas disponibilizam alojamento a famílias em várias localidades da ilha do Pico.
“A minha casa é pequena mas tenho sempre lugar  para uma pessoa ou duas; como se costuma a dizer, das portas para dentro tudo são camas. Gostava de ajudar as pessoas de São Jorge. Com todo o carinho”, é uma das disponibilidades de uma habitante picoense, onde também se podem ler conselhos e notícias relacionadas com a eventual evacuação de habitantes jorgenses.
Também o  Agrupamento de Escuteiros 770 das Lajes do Pico disponibiliza a sua sede para o acolhimento de grupos que necessitem de alojamento na ilha do Pico.
“A sede tem três salas, casas de banho e uma uma pequena cozinha. Contato pelo 914704451.Sempre Alerta para Servir!”, é outra mensagem destinada aos jorgenses.
Outros gestos de solidariedade estão a ser disponibilizados por empresas particulares do Pico, como é o caso da “Buraca Adega”, informando que a partir de Sábado terá disponível os 6 quartos da pensão para pessoas de São Jorge que necessitem se deslocar para o Pico.
Também o município de São Roque do Pico vai disponibilizar seis caixas de transporte para animais de estimação para as viagens entre a ilha de São Jorge e a ilha do Pico.
“Quem necessitar de uma caixa para trazer o seu animal de estimação em segurança contate a Câmara Municipal de São Roque do Pico através do número de telefone 292648700”, lê-se noutra mensagem.
A própria Atlânticoline fez saber que alterou o regulamento do transporte de animais, afirmando que permite o embarque de animais de estimação sem caixa de transporte.

Desaconselhada viagens
a São Jorge

O Secretário Regional da Saúde, Clélio Meneses, que tutela a Protecção Civil, reiterou que são desaconselhadas as viagens não essenciais para a ilha de São Jorge, devido à crise sismovulcânica.
“Tendo em conta a intensidade da actividade sísmica e o nível de risco vulcânico que está identificado com o nível de alerta V4, entendemos que não é aconselhável deslocações para São Jorge que não sejam por razões estritamente necessárias”, afirmou o governante nas Velas.
O Secretário Regional falava após ter participado numa reunião com o Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, com o Presidente da Câmara das Velas e com os responsáveis do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica (CIVISA) e da Protecção Civil.
Clélio Meneses desaconselhou as deslocações para São Jorge, sugerindo o adiamento das actividades desportivas ou culturais marcadas para a ilha.
“Na ocorrência de uma situação de sismo de maior magnitude ou de uma erupção vulcânica será maior o número de pessoas” a retirar e por isso, nesta fase, “não se aconselha que haja deslocações para São Jorge do exterior”, acrescentou.

Proibido acesso às fajãs

O acesso às fajãs de São Jorge vai ser proibido devido à crise sísmica, disse o Presidente do Governo açoriano, embora ainda não tenha sido definido se a proibição vai abranger toda a ilha.
“Pessoas que estejam nas fajãs, a nossa recomendação é evacuarem e proibição de acesso. Estamos agora a definir o perímetro e que fajãs. Se todas as da ilha ou no perímetro relativamente à iminência que está a acontecer. É uma definição que está a ser preparada e que vai ser decidida”, afirmou.
José Manuel Bolieiro, que lidera o Governo Regional, acrescentou que a decisão de apelar às pessoas para abandonarem as fajãs também vai ser tomada “tendo em conta a informação meteorológica”, uma vez que está prevista chuva para os próximos dias em São Jorge, que poderá dificultar operações de resgate.
O governante reforçou que está “tudo preparado” caso seja necessário proceder à retirada das pessoas da ilha.
“Não travamos ninguém dessa oportunidade de se ausentar da ilha porque não estamos a promover um exercício comunicativo alarmista. No entanto, vemos com bons olhos essas opções e estamos a assegurar os meios necessários”, apontou.

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