Taxas e taxinhas
Osvaldo Cabral

Taxas e taxinhas

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Editorial

A proposta do PAN para aplicar uma taxa turística nos Açores não tem pés nem cabeça numa altura em que o sector vai começar a recuperar num cenário, ainda, de grande incerteza.
No ano passado as dormidas turísticas tiveram uma diminuição de quase 35% em relação a 2019 e para este ano, apesar das perspectivas serem mais optimistas, não é certo que se recuperem os números de antes da pandemia.
Pior, ainda, é a incerteza face ao grau da escalada da guerra e as suas consequências, com o agravamento de bens essenciais, dos transportes e das viagens.
Pedir a um turista que, num cenário destes, pague uma taxa até ao limite de 4 noites, é quase uma provocação e um péssimo cartaz para atrair mercados emissores, quando se assiste, agora, a mais competitividade entre os mercados receptores.
Já bastam as taxas que os turistas têm de pagar para terem acesso a locais como a Poça da Beija, Caldeira Velha, Lagoa das Furnas ou o Ilhéu de Vila Franca.
Como muito bem dizem os empresários de Ponta Delgada, no parecer sobre esta proposta, trata-se de uma “taxa parasitária” do sistema.
Pelo que se vai observando, na apreciação desta proposta intempestiva, vai ser reprovada e ainda bem, podendo ser revisitada noutra altura mais apropriada.
O que seria importante, agora, era reflectir sobre como nos preparamos para uma época turística que poderá ser estimuladora da retoma.
Que promoção se está a fazer?
Vamos ter recursos humanos à altura para a resposta?
Vamos saber corresponder, em todas as vertentes, a uma eventual avalanche da procura?
Os aeroportos, hotéis, restaurantes, transportes terrestres, infraestrutras ligadas à actividade estarão preparados para uma resposta condigna e profissional?
E nós, cidadãos residentes, saberemos responder com a hospitalidade que se impõe?
Estas questões, que têm merecido pouca reflexão, são mais importantes do que estar a cobrar taxas e taxinhas a quem nos visita.

 

Grande Pico!

 

A onda de solidariedade que as populações da ilha do Pico disponibilizaram de imediato aos seus vizinhos da ilha de S. Jorge é comevedora e um orgulho enorme para a alma açoriana.
É destes exemplos de unidade e solidariedade que precisamos, em vez dos bairrismos divisionistas e do discurso do ódio que grassa nalguma esfera pública açoriana, sobretudo no pior que há das redes sociais, com a grave instigação de políticos imberbes.
Mais uma prova de que as gentes do Triângulo merecem uma atenção especial nos apoios públicos, em nome da coesão regional e de melhores acessibilidades em várias áreas.
Grande Pico!

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