Energia e transportes fazem disparar preços nos Açores
Diário dos Açores

Energia e transportes fazem disparar preços nos Açores

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Inflação evolui mais lenta que no continente

Produtos energéticos e transportes foram os que mais contribuiram para o aumento da inflação em Abril deste ano, nos Açores, que já atinge os 4,06% em relação ao ano passado, mesmo assim numa evolução mais lenta do que no continente, que regista os 7,20%.
Segundo os dados agora divulgados pelo SREA, a taxa de inflação média nos Açores subiu em Abril para 1,56%, no país foi de 2,79%.
A taxa de variação homóloga foi de 4,06%, sendo a nacional de 7,20%.
A taxa de variação mensal foi de 1,87% nos Açores e 2,20% no país.
A taxa de variação média dos últimos doze meses, terminados em Abril, do Índice de Preços no Consumidor, “Total”, subiu para 1,56%. As maiores variações médias positivas verificaram-se nas classes “Transportes” (7,68%), “Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis” (2,00%), “Comunicações” (1,75%) e “Lazer, recreação e cultura” com 1,45%. Relativamente às variações médias negativas, as classes que apresentaram maiores variações foram as de “Educação” e “Restaurantes e hotéis” respectivamente, com -4,67% e -1,45%.
A taxa de inflação nacional foi de 2,79%.
A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor, “Total” de abril, situou-se nos 4,06%, aumentado 1,68 pontos percentuais em relação à taxa divulgada no mês anterior.
A taxa homóloga a nível nacional foi de 7,20%.
A taxa mensal do índice de Abril, “Total”, foi de 1,87%, subindo 0,12 pontos percentuais em relação ao mês de anterior. A classe “Restaurantes e hotéis” com 5,56%, foi a que mais se realçou no sentido da alta, enquanto no sentido da baixa temos a classe “Acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação” com -0,46%.
A taxa mensal a nível nacional foi de 2,20%.

Governo Regional
preparado para medidas

O Secretário das Finanças dos Açores reconheceu o “risco de uma espiral inflacionista”, assegurando que o Governo Regional de coligação está “preparado para tomar as medidas necessárias para ajudar as famílias e as empresas”.
“A inflação é o mais injusto dos impostos”, frisou, sem especificar quais as medidas que estão a ser equacionadas para a Região no âmbito dos reflexos que a actual conjuntura está a ter nas economias mundiais, nomeadamente devido à guerra na Ucrânia, num contexto de pós-pandemia de Covid-19.
Duarte Freitas, que assumiu a pasta das Finanças em Abril, no âmbito de uma remodelação do Governo, disse, no Parlamento açoriano, que a Região tem encargos financeiros futuros de quase 3.600 milhões de euros, com base no Relatório e Parecer do Tribunal de Contas sobre a Conta da Região de 2020 e os “valores da dívida pública dos Açores” reportados pelo Instituto Nacional de Estatística em Setembro de 2021.
Vasco Cordeiro, do PS, garantiu que a dívida dos Açores no fim de 2020 era de 2.400 milhões de euros e considerou o debate “um ajuste de contas entre Duarte Freitas e Joaquim Bastos e Silva”, o anterior Secretário Regional das Finanças até à remodelação de abril.
“Um Governo que, num ano e meio, aumenta a dívida em mais de 400 milhões de euros e agrava o défice em 360 milhões, vem agora invocar uma suposta herança? Este Governo arvora-se em paladino da transparência, mas é o Governo das meias verdades e da opacidade”, lamentou, questionando “quanto é que a Região já recebeu e executou do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.
Carlos Silva, também do PS, disse que esperava do Governo Regional a apresentação de “medidas para responder às preocupações das empresas e das populações”.
“Afinal, continuamos a ter um Governo apático”, criticou.
“Se o PS, em tempo de vacas gordas, não fez mais nada, a nós não podem pedir mais do que rigor, transparência, verdade e fazer diferente”, respondeu Duarte Freitas.
António Lima, do BE, considerou estranho que o Governo Regional quisesse fazer um “debate de urgência com uma conta de 2020”, considerando que o Executivo “inaugurou uma nova fuga – a fuga para trás”.
Para o parlamentar, o que os açorianos querem saber “é quanto vão empobrecer este ano”.
O deputado do PAN, Pedro Neves, manifestou-se “desiludido” com a apresentação do Secretário Regional e com a “digladiação entre PS e PSD” porque, perante a atual situação financeira os açorianos querem saber se podem “estar a prever uma nova austeridade”.
“O cabaz familiar aumentou, de Janeiro a Maio, 18,3%”, sublinhou.
Para a Iniciativa Liberal, o Secretário das Finanças apresentou “uma mão cheia de nada”, defendendo a necessidade de “soluções de futuro, para escolher os melhores investimentos”.
“As responsabilidades são algo que vamos ter de pagar. Temos pela frente uma tarefa hercúlea”, disse o deputado Nuno Barata.
José Pacheco, do Chega, elogiou a apresentação das contas, considerando que “não deve haver opacidade ou cortinas de fumo com as contas, sejam elas boas ou muito más, como é o caso”.
O deputado independente Carlos Furtado destacou a “dificuldade” que será sair da actual “camisa de forças e arranjar quem esteja disponível a pagar a dívida”.
“O cerne da questão é mais do que um jogo de ‘ping pong’ [entre PS e PSD]. O desafio é como ajudar o futuro desta terra”, sustentou.
Pelo PSD, António Vasco Viveiros defendeu que a intenção do debate foi “discutir, com transparência, as responsabilidades que os açorianos vão pagar no futuro”, saudando o “exercício de verdade que nunca foi conveniente ao anterior Governo socialista”.
Rui Martins, do CDS-PP, também considerou importantes os números apresentados, salientando que “importa saber o ponto de partida deste Governo” e manifestando-se convicto que “este Governo está no bom caminho”.
Do PPM, Paulo Estêvão destacou que “3.600 milhões de euros de dívida é uma brutalidade”, considerando que “as políticas de desenvolvimento do Governo estão altamente condicionadas por esta herança”.

 

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