Os Açores já estão com mais ligações aéreas do que no período antes da pandemia, prevendo-se, assim, um bom ano turístico.
Segundo as contas do jornal Público, a recuperação do tráfego aéreo está a acelerar-se, embora com diferentes ritmos, conforme o aeroporto nacional.
Dados disponibilizados pela ANA sobre a previsão para este verão IATA mostram que, depois da queda abrupta de 2020 na sequência da pandemia de Covid-19, que bloqueou muitas das conexões e levou à redução de 41 milhões de passageiros, o setor das viagens aéreas está a 97% dos valores de 2019, quando se compara o número de rotas: se nesse ano havia 196 rotas diretas, para este verão são esperadas 191.
Há, no entanto, muito menos companhias aéreas a operar em Portugal, tendo descido de 73 para 55.
No caso dos Açores e Madeira, regista-se um aumento considerável, superando os números da pré-pandemia.
Ainda esta semana o INE confirmou que no 1º trimestre de 2022, os aeroportos nacionais movimentaram 8,3 milhões de passageiros, correspondendo a um crescimento de 465,7% face ao mesmo período de 2021 (+212,9% no 4ºT 2021).
Comparando com o 1ºT de 2019, registou-se uma diminuição de 25,4%.
O volume de passageiros movimentados nos aeroportos do Funchal e de Ponta Delgada corresponderam, respetivamente, a 7,2% e 3,3%. Estes dois aeroportos registaram os menores decréscimos face a 2019, -15,0% e -18,6%, respetivamente (-5,3% e -10,4% no 4ºT 2021, pela mesma ordem).
Hotelaria açoriana também
com boas perspectivas
Também a hotelaria está com boas perspetivas para este Verão.
O setor está com taxas de ocupação entre os 40% e os 59% para os meses mais quentes do ano, sobretudo nos hotéis localizados nas ilhas e no Algarve.
O inquérito mais recente feito pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) indica que o mercado nacional vai continuar a liderar, seguido do espanhol e do francês.
Para a totalidade do ano, a maioria dos players do setor acredita que será possível no final de 2022 ou início de 2023 alcançar os números registados em 2019, naquele que foi um ano recorde para o turismo nacional.
Num verão que será marcado por reservas last minute, ou seja, em cima da hora, e ainda com possibilidade de cancelamento, o setor hoteleiro aponta para taxas de ocupação entre os 40% e os 59% em julho, mas também em agosto e setembro.
Ainda assim, o Centro é a região “que tem perspetivas menos otimistas em termos de reservas”, explicou a CEO da AHP, Cristina Siza Vieira, numa apresentação aos jornalistas.
“Atingiremos os resultados de 2019, com exceção do Centro, que estima que a taxa de ocupação em 2022 seja pior do que em 2019, ainda que igual à de 2021”, notou a responsável.
Em termos de nacionalidades, os portugueses continuam a ter um papel de peso e a marcar presença no top 3 para 80% dos inquiridos pela AHP.
Atrás aparecem os turistas espanhóis e franceses, deixando o Reino Unido fora do top 3.
Quanto ao preço médio, “embora a média nacional face a 2019 seja o mesmo preço médio, nos Açores, Madeira, Algarve e Alentejo vamos suplantar o preço médio de 2019“, disse Cristina Siza Vieira, ressalvando que o Centro vai igualar o preço médio de 2019.
“O que se sacrificou mais na pandemia não foi tanto o preço médio. Houve uma maior quebra na taxa de ocupação do que no preço médio”, explicou a responsável.
Relativamente às receitas, “sem grandes surpresas”, a associação espera “igualar as receitas alcançadas em 2019”, com a Madeira, os Açores e o Algarve com uma “expectativa de superarem as receitas médias de 2019”, indicam os dados da AHP. “Face a 2021, a única região que se destaca pela negativa é o Centro”, notou a CEO.