Diário dos Açores

Campeões dos últimos

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O Índice Sintético de Desenvolvimento Regional, que é publicado todos os anos pelo INE, veio alertar-nos, esta semana, que continuamos a ser os piores do país em matéria de coesão, que estamos na cauda quando se trata de competitividade e até pioramos na qualidade ambiental, quando já fomos os primeiros neste ranking.
É triste constatarmos estes indicadores entre as 25 regiões portuguesas, mas é a dura realidade, provando que a estratégia de desenvolvimento que temos vindo a implementar durante todos estes anos não tem sido a mais adequada.
Temos melhorado, é verdade, mas o problema é que as outras regiões melhoram mais do que nós e mais depressa do que nós.
Em matéria de coesão, nem se fala. Há muito que vimos alertando para o modelo anacrónico que os governantes têm defendido, acelerando investimentos estratégicos nas ilhas maiores - que são precisos -, mas esquecendo por completo as ilhas mais pequenas, aquelas que, ironicamente, classificaram como “ilhas de coesão”!
Há Centros de Saúde nas ilhas mais pequenas que estão degradados, com equipamentos velhos e sempre avariados, portos mal feitos e concebidos à medida da pressa eleitoral, pistas de aeroportos penalizadoras para o desenvolvimento de grupos de ilhas, toques de navios cargueiros tardios e regularidade defeituosa, falta de muito investimento público e ausência de estímulos especiais para o privado criar empregos, muita burocracia e um rol de queixas que nunca mais acaba.
Com uma lista destas, como é que se fixam pessoas nestas ilhas?
Como é que se convence os jovens estudantes a regressarem ás suas ilhas?
É preciso uma reflexão séria sobre o que andamos a fazer de mal feito e como se corrige tudo isso para devolver a confiança aos cidadãos, pelo menos os das próximas gerações.
A continuarmos neste ritmo, com as mesmas políticas e com as mesmas estratégias falhadas, o despovoamento será ainda mais acelerado e estaremos sempre nos indicadores como... os campeões dos últimos!

Morte exagerada...

A Intergraf, federação das associações da indústria gráfica, já tinha advertido no início deste ano que a atual crise do papel teria graves repercussões no fornecimento de produtos impressos para todos os mercados económicos, colocando a recuperação da indústria em perigo.
Tudo se veio a conjugar para uma tempestade perfeita: greves no sector do papel no norte da Europa, negócios de concentração de empresas do sector por parte de multinacionais com interesses apenas nos seus países, a pandemia, a guerra na Ucrânia, enfim, uma bola de neve que agora atinge, também, a nossa região e os jornais, como este, da Gráfica Açoriana.
Estamos optimistas, a julgar pelas previsões internacionais, de que é possível uma normalidade no sector num breve espaço de tempo, pelo que o “Diário dos Açores” está convencido que voltará a ser impresso em papel muito em breve. Até lá, continuamos com a distribuição do jornal em formato digital.
Agradecemos as inúmeras mensagens de encorajamento e a onda de solidariedade e compreensão dos nossos assinantes e leitores.
Como diria o célebre escritor, as notícias sobre a nossa morte são manifestamente exageradas.
Voltaremos ao papel ainda mais fortes!

Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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