A SATA Air Açores estima realizar este ano 17.900 voos entre as nove ilhas do arquipélago, o que representará “uma oferta média de 432 voos por semana”, anunciou ontem a companhia aérea açoriana.
Numa nota enviada às redações a propósito dos 75 anos do início das ligações inter-ilhas, a SATA revela que o movimento aéreo entre as nove ilhas, para este ano, deverá contabilizar “os 17.900 voos, com uma oferta média de 432 voos por semana, o que equivalerá a cerca de 74 voos por dia, nos meses de época alta”.
A companhia aérea assinala que foi em 15 de junho de 1947 que descolava, da ilha de São Miguel, o primeiro voo comercial da SATA rumo à ilha de Santa Maria, numa aeronave Beechcraft UC-45B Expeditor, pilotada pelo comandante Marciano Veiga.
“As ilhas de São Miguel e Santa Maria passavam a encontrar-se a 30 minutos de voo de distância, em alternativa às seis horas de transporte marítimo que as separavam, até então”, recorda a SATA.
A SATA Air Açores, que assegura as ligações entre as nove ilhas dos Açores, refere ainda ter sido um “dia histórico”.
Para assinalar a data, a companhia aérea partilhou ontem com os passageiros que desembarcam em Santa Maria um bolo comemorativo da efeméride.
A companhia decidiu ainda “resgatar” ontem “uma antiga tradição”, que “marcou muitos voos e gerações”, e que consistia na oferta de um rebuçado a todos os passageiros.
“Era um gesto de cortesia, que permitia adoçar o palato, mas que tinha a virtude de atenuar o desconforto que a pressão em altitude pode provocar no ouvido de quem viaja”, recorda a companhia.
PS comenta resultados da SATA
”O comunicado sobre os resultados do Grupo SATA, referentes ao ano de 2021, evidencia um prejuízo de 57,4 milhões de euros, mesmo com o brutal aumento da subsidiação pelo Governo Regional”, afirmou o deputado do PS Açores, Carlos Silva.
O Vice-presidente da bancada socialista no Parlamento açoriano considera que este é mais um bom exemplo de uma “aparente” boa notícia para a SATA que representa, afinal, “um maior prejuízo para os açorianos, dado que o Governo Regional aumentou brutalmente a injecção de dinheiro na empresa, através de subsídios”.
“O comunicado divulgado ontem pela companhia, além de incompleto, é omisso quanto ao valor dos subsídios atribuídos pelo Executivo regional e ao seu impacto no resultado consolidado de 2021”, referiu o parlamentar.
Carlos Silva recordou que só até Setembro de 2021, os subsídios à exploração registados nas contas do Grupo SATA ascendiam a 51 milhões de euros, ou seja, “mais do dobro do montante que, em igual período de 2020 e também em igual período de 2019, foram atribuídos à companhia”.
A questão que fica, sublinhou, é “se no final do terceiro trimestre de 2021, os subsídios recebidos pela SATA representavam mais do dobro do registado em 2020, então qual foi o real valor total dos subsídios públicos em 2021?”
E questionou ainda: “sem este aumento dos subsídios, os resultados seriam piores do que em 2020?”
“São perguntas que não foram esclarecidas no comunicado da empresa e que, nos termos legais, só no final do presente mês de Junho o Governo Regional está obrigado a esclarecer, através da entrega das contas completas e detalhas das empresas públicas ao Parlamento dos Açores”, salientou.
O deputado do PS/Açores relembrou ainda que “por muito extraordinário que possa ser o aumento dos passageiros face ao ano anterior, é bom recordar que em 2020 tivemos as aeronaves, da SATA Air Açores e da Azores Airlines, totalmente imobilizadas durante meses, devido à pandemia”.
“É necessário mais informação para que os açorianos saibam que factura significa estas notícias referentes à SATA”, defendeu.
Do mesmo modo, Carlos Silva referiu que os açorianos e o Parlamento dos Açores continuam a desconhecer “com detalhe” o verdadeiro plano de reestruturação da companhia acordado com Bruxelas, os seus compromissos, contrapartidas e as suas consequências a curto e médio prazo na mobilidade de todos os açorianos e das suas empresas.
“O Grupo Parlamentar do PS/Açores tem plena consciência da importância do Grupo SATA para a Região e reconhece os desafios que a mesma enfrenta, ainda assim, não pode aceitar que se queira vender gato por lebre nos indicadores relativos à prestação da SATA”, finalizou.