“Continuamos a receber pedidos de enfermeiros para emigrar”
Diário dos Açores

“Continuamos a receber pedidos de enfermeiros para emigrar”

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Em Ponta Delgada encontramos uma escola com salas sobrelotadas para a realidade atual e em ambas notamos no quadro de professores um número considerável que a breve trecho entrarão na aposentação.
Depois, quando há dois anos tivemos a informação de que haveria a intenção de diminuir o número de vagas, quando este até é um curso com procura e com muita saída profissional, fundamental nos tempos de hoje, obviamente a nossa preocupação aumentou exponencialmente. Felizmente isso não se concretizou na prática e espero que não aconteça de futuro.

Estes problemas com a Escola de Saúde podem pôr em causa a formação de enfermeiros?
Colocam, sem dúvida.
As condições que são oferecidas aos novos enfermeiros são fundamentais para que queiram frequentar a escola, para que formemos Enfermeiros com a qualidade que nos é reconhecida, e obviamente com o término da carreira de alguns professores e a sua não substituição, poderá criar-se um problema.
Tenho a informação de que a direção da escola está a acompanhar esta problemática, resta-nos perceber a posição da Universidade.
Para além disso, os Açores precisam de Enfermeiros Especialistas, devendo ser outra área de oferta por parte da Escola o quanto antes, a formação pós base.
Isto porque atualmente um enfermeiro que queira avançar formativamente tem de se deslocar para o continente, com custos exorbitantes e muitas vezes com muito pouco ou nenhum apoio das suas instituições.
Note-se que estes colegas depois irão colocar ao dispor da região o seu saber adquirido.

Ao nível de carreiras, como estamos? Ainda há enfermeiros a quererem trabalhar noutros países?
Em termos dos reposicionamentos e acertos infelizmente algumas instituições não estão a cumprir os prazos que foram acordados, o que provoca uma situação de confusão perfeitamente escusada entre a classe.
Para além disso, os pontos ainda em discussão, continuam em análise e temos a esperança que brevemente possamos chegar a um entendimento, em especial por representarem situações que não sendo resolvidas, irão potenciar injustiças entre Enfermeiros.
A verdade é que infelizmente continuamos a receber pedidos sobre a documentação necessária para a emigração.
As condições que estão a ser oferecidas são muito diferentes da nossa realidade e, claro, um convite aliciante.
Mesmo assim ainda não são em número elevado, no entanto, a perda de um enfermeiro para a região, tem um custo na prática muito elevado, vejamos o caso concreto das Flores e multipliquemos o cenário por nove.

jornal@diariodosacores.pt

 

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