“Subsídio para as rotas de Montreal e Nova Iorque é uma afronta”
Diário dos Açores

“Subsídio para as rotas de Montreal e Nova Iorque é uma afronta”

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Mário Veiros, Câmara do Comércio de São Jorge

A Câmara do Comércio da Ilha de S. Jorge considera “uma afronta” os 734 mil euros atribuídos pelo Governo dos Açores à Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo para promover as rotas de Montreal e Nova Iorque, operadas pela SATA, com destino à ilha Terceira.
Reagindo à notícia que o Diário dos Açoresâo publicou na edição de anteontem, Mário Veiros, Presidente da Câmara do Comércio de S. Jorge, afirmou que “para combater a crise que São Jorge atravessa, apresentou-se uma medida tão ineficaz e desadequada, como o Voucher de 35,00 euros, cabimentado em 330.000 euros, que se publicita como um sucesso, quando foram executados apenas cerca 14.000 euros, por 414 turistas! Ao passo que se atribui a uma Associação Empresarial, o dobro, para promoção de duas rotas aéreas”.
A atribuição da verba à Câmara do Comércio terceirense deixou as outras Câmaras do Comércio da região surpreendidas porque o governo não adoptou o mesmo critério para com as outras associações empresariais.
“Notamos que compensa a verborreia e a truculência e que infelizmente parece ser esse o caminho aberto, o de cada ilha competir pelo maior pacote promocional possível, em guerra com as restantes, com claro prejuízo para o destino Açores em geral, mas com determinadas instituições inebriadas com as suas vitórias de guerrilha, incólumes ao declínio da vizinhança”, declara Mário Veiros, que não esconde o protesto por tal decisão do Governo Regional..
O líder dos empresários jorgenses discorda que a promoção turística seja efectuada isoladamente por cada ilha, defendendo que, “em casos esporádicos, como na crise que São Jorge enfrenta, é compreensível, desde que complementarmente à marca Açores. Agora, como estratégia de construção de um destino, parece-me ineficaz, contraproducente e, fundamentalmente, irá agravar as desigualdades entre as ilhas com poder reivindicativo em detrimento das restantes”.
E remata: “Não resta qualquer dúvida, até pelo episódio que defrontamos em São Jorge, face à eficácia e à profundidade das medidas apresentadas, que as pequenas ilhas serão simplesmente ignoradas”.       
Sobre as perspectivas para este Verão em S. Jorge, Mário Veiroconclui ao Diário dos Açores” que, “quanto ao Voucher, que no mês passado foi utilizado por 414 pessoas, representou uma contribuição de cerca de 14.000 euros, para a ilha como um todo, quando há empresas que registaram cancelamentos superiores a 60.000 euros. Da mesma forma, no Apoiar.pt, a abrangência da medida é muito reduzida, poucas foram as empresas que terão reunido condições de se candidatar, com um impacto muito reduzido do montante a aplicar nas empresas da ilha, face ao volume de cancelamentos que perpassaram pela generalidade dos empresários jorgenses”.

ATA e Horta também contra

O Presidente da ATA, Carlos Morais, também reagiu à decisão do Governo Regional, classificando-a de “inquietude” e acrescentando que “não é uma situação normal, porque outras associações têm  o mesmo direito”.
Reivindicando que a ATA é a entidade vertificada para a promoção dos Açores, Carlos Morais revelou que foram pedidas explicações ao governo, estranhando que esta situação surja quando o próprio governo deu a entender que iria regressar à ATA.
Por sua vez, o Presidente da Câmara do Comércio da Horta, Francisco Rosa, diz que “estão a destruir o destino Açores” e a “dar tiros para o ar” com esta medida de apoiar apenas uma Câmara do Comércio.
“Estão a fragmentar os Açores, tornando-se uma promoção sem qualidade e sem estratégia”, afirma”, acrescentando que se não houver uma acção concertada  , o turismo nos Açores vai dar para o torto.
A Câmara do Comércio de Ponta Delgada reuniu ontem à tarde para tomar posição.

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