Petição promovida por associações ambientalistas defende que governo deve abandonar construção do miradouro na Lagoa do Fogo
Diário dos Açores

Petição promovida por associações ambientalistas defende que governo deve abandonar construção do miradouro na Lagoa do Fogo

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Uma petição pública, subscrita por várias associações ambientalistas, defende que seja abandonada a construção de um miradouro na Lagoa do Fogo e que seja respeitada aquela paisagem.
Os primeiros subscritores são a ACT Açores – Movimento cívico para o Desenvolvimento Sustentável, AGITA – Associação de Guias de Informação Turística dos Açores, Associação Ecológica Amigos do Calhau, Associação Ecológica Amigos dos Açores, IRIS – Associação Nacional do Ambiente – Núcleo Regional dos Açores e QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza - Núcleo Açores.
A petição solicita aos deputados e demais autoridades que façam por “conservar a integridade e o respeito pelas classificações e delimitações do complexo da Lagoa do Fogo, conforme supra mencionado, nomeadamente através da revogação do Despacho nº 782/2018 de 15 de maio de 2018 que atribuiu reconhecimento de interesse público para que esta intervenção ocorresse em plena Reserva Ecológica.
“Abandonar totalmente o projeto de construção na zona do miradouro que vem sendo desenvolvido e modificado desde 2016, gerando sempre pareceres negativos por parte da comunidade, organizações não governamentais e opinião pública.
“Explorar soluções integradas e sustentáveis, através de um processo participativo verdadeiramente transparente, que faça face aos impactos do aumento de carga turística no local, respeitando o nosso património natural.
“Que seja reconhecida a existência de impactes significativos em qualquer futura intervenção no local, nas componentes de edificações e arranjos exteriores, sujeitando as eventuais obras a um princípio de precaução, pela realização de estudo de impacte ambiental”.
No documento, os subscritores lembram que “a construção de uma edificação fixa no próprio miradouro em questão será algo permanente e irreversível e que trará graves impactos à imagem de destino de fruição de natureza que pretendemos, para além dos inerentes ao desenvolvimento desta construção, durante e após a conclusão da mesma, descontextualizando toda a experiência neste lugar”.
E acrescentam: “Entendemos que são necessárias medidas que façam face ao aumento de fluxo de pessoas e viaturas no acesso aos miradouros e de visitantes à própria caldeira da Lagoa do Fogo, atendendo ao incremento turístico que a nossa região vem tendo nos últimos anos”.
Dizem que “várias poderão ser as soluções que se coadunem com princípios do turismo sustentável, e que conjuguem objetivos de desenvolvimento económico com o respeito pelo nosso património natural. Foram aliás apresentadas, pelas mais variadas entidades e participações singulares, nas diferentes apresentações e consultas públicas, bem como nas reuniões com a entidade promotora, diversas soluções alternativas ao projeto atual. Pensamos que elas devem ser seriamente ponderadas”.
Afirmam ainda que “é com espanto que tomamos conhecimento que a Secretaria Regional do Ambiente e das Alterações Climáticas (SRAAC) pretende avançar com uma obra que, além de não responder ao intuito para o qual está projetada, foi rejeitada por todos os cidadãos que participaram na consulta pública realizada no verão passado”.
“Sem estudos que revelem a sua sustentabilidade ambiental e financeira e à revelia da totalidade dos intervenientes da consulta pública, a SRAAC anunciou pretender avançar para uma obra de elevados custos, estimada em 1.7 milhões de euros mais IVA. Se isso acontecer, ficaremos duplamente a perder: pelos custos financeiros e pelos custos ambientais”, concluem os subscritores.

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