O Conselho de Ilha da Terceira lamentou ontem em comunicado as declarações da Associação de Turismo dos Açores (ATA), quando manifesta surpresa quanto à promoção da Ilha Terceira.
“Esta Associação já tomava conhecimento do assunto, e prova disso foi estar lado a lado com a Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), na promoção dos Açores, na feira de Nova Iorque, onde mais uma vez o assunto foi abordado. A ATA, com sede em Ponta Delgada, promove maioritariamente a Ilha de São Miguel, deixando muitas vezes de parte o resto das ilhas, pelo que se torna fundamental uma promoção mais global do arquipélago”, lê-se num comunicado emitido ontem.
“Havendo mais entidades habilitadas a efetuar ações promocionais, como é o caso da CCAH, não se vê qualquer sobreposição de interesse público regional”, acrescenta, sublinhando que “as ações, aliás, não se destinam exclusivamente à ilha Terceira, mas sim aos Açores. Tendo como gateway a Ilha Terceira, visam contribuir para desenvolver o turismo na Região como um todo, considerando as realidades especificas de cada ilha”.
O Conselho considera que a CCAH tem vindo a desenvolver “um papel dinâmico na promoção da Ilha Terceira, juntamente com a Aerogare das Lajes, na Terceira, conseguindo novas rotas e combatendo lacunas existentes há algum tempo, acrescentando potencial turístico aos Açores com o Grupo Central”.
A reunião extraordinária daquele Conselho contou com três convidados, o Engenheiro Ribeiro Pinto, para os transportes Marítimos, Comandante Vítor Fernandes nos transportes aéreos e Economista Nuno Martins para o ponto de coesão territorial.
O Comandante Vítor Fernandes defendeu que os Açores podem afirmar a sua posição geoestratégica, replicando o modelo aéreo de Hub-and-Spoke.
Aproveitando a posição estratégica que a Ilha Terceira tem, requalificando o aeródromo com vista a permitir o aumento de tráfego civil e mantendo a operacionalidade militar.
Vitor Fernandes recomenda vivamente a elaboração de um Masterplan para este desígnio. Este Hub não impede que Ponta Delgada seja uma gateway, antes pelo contrário, deve continuar a ter o seu tráfego.
No que toca aos Transportes Marítimos, Ribeiro Pinto considerou que o tráfego local dos transportes marítimos já está otimizado, mas encarecido. É a população a pagá-lo, através do seu poder de compra.
Recomendou, como solução, a divisão de cargas fazendo o serviço direto Açores-Continente/Continente-Açores com duas portas de entrada: Ponta Delgada e Praia da Vitória. O serviço inter-ilhas ficaria a laborar através da cidade da Praia da Vitória, mobilizando, assim, o mercado interno. O inter-ilhas teria dois a três navios só de distribuição, melhorando a quantidade de contentores entregues, por semana, em todas as ilhas. Ribeiro Pinto afirma que teria de se negociar com as empresas atuais no mercado, envolver as Câmaras do Comércio e promover o mecanismo legal que se fizesse sentir no preço do inter-ilhas e trajeto Continente-Açores.