Diário dos Açores

A visita

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O Secretário de Estado do Mar veio aos Açores, sem se perceber qual a sua agenda, para dizer que era “interessante” promover um “aprofundamento” das autonomias na gestão do espaço marítimo.
Esquivando-se a comentar a decisão do Tribunal Constitucional que retira às Regiões Autónomas a possibilidade de gerir o seu mar, José Maria Costa apenas disse que a cogestão do espaço marítimo é uma “matéria que se prende com a Assembleia da República”, sendo, “porventura o momento para podermos fazer uma reflexão sobre algum aprofundamento na área das autonomias”.
A posição do membro do governo da República é espantosa, porquanto revela uma grande ignorância sobre uma matéria que já mereceu, em devido tempo, uma profunda reflexão e discussão nos parlamentos regional e nacional, com votação consensual da Lei do Mar e promulgada pelo Presidente da República.
Vir, agora, sugerir mais uma discussão sobre o tema é chover no molhado e só beneficia os jacobinos lisboetas, personalizados naquele grupo de deputados do PS e outros partidos, liderado pela incompetente ex-ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que gostam de polemizar esta questão, em nome do velho centralismo, comungado por gente de mentalidade caduca.
É interessante que um membro do governo de António Costa, com responsabilidades na tutela do Mar, se mantenha ao largo da questão, deixando entender que o assunto deve ser, novamente, debatido, que é, como quem diz, empurrar com a barriga para a frente, para não se comprometer.
É típico de governantes fracos e pouco elucidados sobre as especificidades das Regiões Autónomas, como, aliás, nos vem habituando a trupe de governantes destes últimos anos, os piores que alguma vez vimos em matéria de Autonomias.
Basta ver o que aconteceu com a prometida ajuda financeira à Universidade dos Açores ou com o escandaloso processo da nova cadeia, ou, ainda, com o famigerado processo dos cabos submarinos, para se perceber que  os governos de Costa têm sido uma desgraça para os Açores e Madeira, pese as loas cantadas pelos fiéis deputados socialistas, num papel ridículo de se curvarem, permanentemente, à nomenclatura centralista de Lisboa.
Como muito bem alertava, em tempos, Vasco Cordeiro, é preciso estar bem atento a essa gente, porque quando falamos de centralistas eles estão lá, mas também têm os seus apoiantes cá.
Como se vai vendo todos os dias.

Osvaldo Cabral *
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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