Aeroporto de Ponta Delgada é o segundo do país que mais cresce na recuperação
Diário dos Açores

Aeroporto de Ponta Delgada é o segundo do país que mais cresce na recuperação

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A SkyExpert, empresa de consultoria especializada em transporte aéreo, aeroportos e turismo, acedeu aos dados recolhidos pela empresa Air Service One sobre o tráfego aéreo no mês de Junho 2022.
 “Na aviação, é normal estarmos um mês atrasados para podermos consolidar dados e avaliar com segurança ”, afirma Pedro Castro, diretor da SkyExpert.
No seu “Anker Report”, a Air Service One dá conta da liderança de Portugal na recuperação do volume de passageiros pré-covid. Analisando o mês de Junho de 2022, os aeroportos Portugueses foram, em toda a Europa, os que mais se aproximaram de Junho de 2019.
A primeira constatação é que o Funchal é o aeroporto que mais cresce em termos percentuais: 28%. Pedro Castro comenta: “é uma consequência direta da abertura da base da Ryanair no Funchal, ou seja, não só a Ryanair não operava nenhum voo para a Madeira em 2019, como hoje tem uma base com várias rotas domésticas e internacionais e isso explica essa diferença.”
O segundo maior crescimento também se verifica nas Ilhas, desta vez em Ponta Delgada com mais 3%.
“Os Açores foram durante toda a pandemia um caso de sucesso, seja pelo aumento da mprocura de turismo por parte dos Continentais, seja pela Tarifa Açores que estimulou as deslocações intra-ilhas. O aumento claro que agora se vê está relacionado com uma série de novos voos internacionais da Azores Airlines (Barcelona, Bermuda, Paris, Nova Iorque) e de outras companhias, das quais se destaca o voo diário da United Airlines entre Newark e Ponta Delgada que também não existia em 2019, ou seja, só esse voo representa um movimento de 300 passageiros a mais por dia, mais 9 mil passageiros por mês num aeroporto que movimenta cerca de 160 mil passageiros por mês”.
Ainda em crescimento, o aeroporto do Porto apresenta-se com mais 2%.
“Para um aeroporto desta dimensão, crescer 2% significa ter algo como mais 25 mil passageiros do que em 2019”. Para Pedro Castro, a razão deste crescimento encontra-se no abandono da TAP de quase todas as rotas europeias do Porto.
“Hoje são apenas 5 quando em 2019 eram 12 – a este abandono o mercado responde logo e não apenas as companhias low cost. Lufthansa, British Airways, SWISS, Air France, KLM, Iberia e Turkish aumentaram as suas frequências para o Porto, sinal de que este é um aeroporto muito rentável para se operar”.
Em resultado disso, o número de passageiros TAP no Porto descresceu mais de 30% em Junho de 2022 comparando com 2019. “Ou seja, totalmente em contra-ciclo”, remata Pedro Castro.
Os aeroportos em negativo são Faro, com menos 8%. Sendo este aeroporto usado quase exclusivamente por turistas e reportando-se às taxas de ocupação da hotelaria fornecidas pela AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, Pedro Castro destaca a não recuperação das taxas de ocupação pré-covid e a preponderância do mercado nacional que, na sua esmagadora maioria, não se desloca de avião para o Algarve. Assim sendo, “a recuperação dos volumes do aeroporto de Faro está intimimamente ligada à própria recuperação do destino junto dos mercados internacionais tradicionais, como o inglês, alemão e holandês. Ou, em alternativa, a criação de rotas para novos mercados que possam compensar algum declínio que já era sentido antes da pandemia”, concluiu. A pior queda em números absolutos vem mesmo de Lisboa, com menos 7%, que corresponde praticamente aos 145 mil passageiros que a TAP perdeu neste aeroporto nesse mês comparando com 2019. Pelo peso de Lisboa, esta queda na Portela não é compensada pela subida dos outros aeroportos, mas “claramente podemos fazer caminho nesse sentido”. Para Pedro Castro, as verdadeiras causas deste declínio Lisboeta não estão a ser tematizadas porque “estão todos muito mais preocupados em discutir o novo aeroporto para 2030 do que falar sobre o que se passa agora.
Injetou-se 3.2 mil milhões de euros numa companhia baseada em Lisboa, que não abdicou de nenhum slot até agora e o resultado é este?”, pergunta.
“Não só a TAP impede outras companhias de crescerem pelo açambarcamento que faz dos “slots”, como é a companhia responsável pelo descréscimo de passageiros em Lisboa. Com os novos voos da easyJet em Novembro, será perceptível como e onde se pode obter crescimento em Lisboa”, finaliza Pedro Castro.

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